terça-feira, 20 de maio de 2008

IPHONE AINDA É LENDA EM JOINVILLE

Anúncio dado pela imprensa é mal interpretado pelo consumidor

Após o jornal A Noticia ter anunciado que o iPhone estaria à venda nas principais lojas de Santa Catarina, os consumidores de produtos “high tech” encontraram lojas sem o produto. Isto porque a concessão comprada pela América Móvel, proprietária da Claro somente começará a vender o aparelho entre dezembro deste ano e janeiro de 2009, segundo o atendente Gustavo Ramos da Silva, 22 anos, da filial da Claro no Shopping Mueller.
“Os preços ainda não foram repassados às lojas”, afirma Rodrigo Albertão, 22 anos, atendente da mesma loja. Ele conta que, com o anúncio, muitos clientes vieram à procura do aparelho e de conhecer a nova tecnologia. Segundo a operadora de caixa Débora da Silva, 23 anos, “não foi repassada nehuma informação para os vendedores”, e somente após a chegada dos aparelhos a equipe receberá algum tipo de instrução para o manuseio da nova tecnologia.
Débora destaca que, chegando a matriz em São Paulo o aparelho é imediatamente repassado para as regionais que redirecionam a todas as filiais as instruções sobre determinados produtos e sua venda. Em Santa Catarina, as lojas recebem instruções diretas da regional situada em Curitiba. (por Rodrigo Silveira)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Ética de uso do sigilo da fonte é questão de debate

Relação repórter-fonte também é tema na mesa-redonda

O sigilo da fonte é um recurso jornalístico para todas as ocasiões, ou ele deve ser desconsiderado no caso de crimes? A questão é o ponto principal do debate que ocorrerá dia 19/05 às 19h no Anfiteatro do Bom Jesus. A pergunta nasce da discussão a que o site da Revi assistiu a partir da matéria Biblioteca do Ielusc é furtada, onde o gatuno não é denunciado sob proteção do sigilo.

De um lado, os professores de jornalismo Gleber Pieniz e Samuel Lima defendem a idéia de que o off, como o sigilo é chamado no jargão das redações, deve ser visto como opção do jornalista. Eles defendem que seu uso depende das informações da fonte e que em caso de confissão de crime deve ser abolido. Os professores Sílvio Melatti e Jacques Mick consideram o off como um dever do jornalista, e que deve ser defendido a todo custo.
O código de ética da profissão estabelece em seu 5º artigo que o sigilo é um direito do jornalista, e também, no item III do 6º artigo que o profissional deve proteger a integridade da fonte. “O uso do off depende muito da natureza da matéria”, ponderou Samuel.
Outros temas podem se destacar durante o debate: até onde pode ir a relação repórter-fonte; até que ponto o jornalista pode ir à busca de informação; e os limites de aplicação do Código de Ética.
O jornalista Marco Aurélio Braga deverá publicar na Revi um artigo contando “causos” de off, principalmente na área de política, uma das que mais empregam o recurso. Um caso de negociação do sigilo é contado pelo também jornalista Caco Barcellos em Abusado: o dono do morro Santa Marta, afirmando aos traficantes que tinha por fontes que escreveria as atividades deles em anos anteriores sob sigilo. Quanto àquilo que se referisse a planos futuros, denunciaria à polícia.
Livros e relicários
“É a sacralização do livro que ocasionou essa discussão”, afirmou o professor e jornalista Jacques Mick, “e uma sacralização que todos nós defendemos”. O furto do computador do Laboratório 3 da faculdade, na primeira semana de aulas, não teve a mesma repercussão. “O livro é uma coisa da comunidade acadêmica, onde construímos nosso conhecimento”, disse o coordenador do curso de Jornalismo, Samuel Lima.
A repórter Ariane Pereira, bolsista da Revi, publicou a matéria sobre furtos na biblioteca do Ielusc no dia 7 de maio. Enquanto cobria a pauta encontrou um dos larápios, que assumiu o roubo de dois títulos bastante procurados do escritor português José Saramago, autor de quem a repórter mais gosta. O ladrão concedeu a entrevista sob o compromisso do off. Ariane afirma que não dirá quem é WC, “primeiro, por não ser o único ladrão; segundo, pela palavra”. Segundo ela, a sigla fictícia não foi uma ironia pensada, embora assim o quisesse, mas, “algo que surgiu, simplesmente”.
Sidney Azevedo

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Laboratórios equipados com Linux até o próximo semestre


Gigante da informática, Microsoft perde espaço no mercado para software livre.

Por Priscila Carvalho
"Eu vou sabotar/ Você vai se amarrar/O que eu não ganho eu leso...", como cantarolavam Os Mutantes na música Top Top, a tal “sabotagem” pode ser vista como a migração em massa de instituições e empresas para o Linux. No final do mês de abril, coordenadores dos cursos superiores e alguns professores estiveram reunidos com o setor de informática do Bom Jesus/Ielusc para discutir as futuras mudanças nos programas utilizados na instituição. Dos computadores da instituição, que custam R$ 1.000 cada um, 73 serão modificados. O Ielusc decidiu aderir à onda a fim de economizar cerca de R$ 120.000 pela licença (de natureza contestável, pois os softwares são ilegais em sua grande maioria). Por enquanto, só os cursos de Comunicação Social ainda terão acesso ao software pago.

Funcionário do Secord (Setor de Comunicação e Recursos Digitais), Thiago Luiz Vedana garante que as mudanças ocorrerão gradativamente, iniciando pela parte administrativa das unidades do centro e do Saguaçu e até o final desse semestre estarão finalizadas, com o treinamento dos funcionários. “A partir de junho, um pessoal da UDESC vai treinar os funcionários do Ielusc”, adianta. E garante: “estudantes não vão sentir muito”. Programas serão mantidos como o Indesign, Photoshop e Illustrator que acompanham o pacote Adobe, e são ferramentas dos cursos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo, que têm aulas nos Laboratórios 3, 4 e 5. O programa Vegas, de edição de vídeo, o pacote Corel e o pacote Macromedia, do Fireworks, também serão excluídos.

Samuel Pantoja Lima, cordenador do curso de Jornalismo, é adepto da democratização das ferramentas dos software livres, e considera a alternativa o “plano diretor de informática” do Ielusc. Para ele, essas mudanças "giram em torno de um debate internacional sobre a incorporação de softwares livres em virtude do domínio de softwares pelas grandes corporações", como a Microsoft. Admite que o Ielusc não vai participar ativamente dessa migração, pois disciplinas de meios de TV, rádio e editoração exigem programas pagos. Juciano de Souza Lacerda, doutor em Ciências da Comunicação, assegura que é boa a mudança nos computadores da instituição. “Vai servir para investir em outras questões nos próprios laboratórios.” Acrescenta que “será adotada uma política para instruir os alunos". Juciano ressalta que os laboratórios 3, 4 e 5 funcionarão com Linux e Windows, para que sejam mantidos os programas para edição gráfica de páginas e edição de fotos.

As opiniões de usuários dos computadores da instituição divergem. Lize Reinert, funcionária do Ielusc, afirma que a mudança para o logotipo do Pingüim não vai alterar nada, pois trabalha com Openofice (do Linux) e hoje mal consegue utilizar o Word. “Tudo é uma questão de costume.”, argumenta. Jackson Carvalho, estudante do 3º semestre de Jornalismo acredita que seja um grande passo da instituição. “É o PAC do Ielusc”, brinca.
Também do 3º semestre, Ronaldo Santos não gostou muito da mudança, mas acha que “será bom para o Laboratório 1”, pois o Linux é "mais leve" e os servidores ficam "mais agéis". Estudantes de Publicidade e Propaganda, Cristina Barbosa e Ana Claúdia não gostaram da idéia. Alegam que utilizam algumas ferramentas do Corel e fazem duas objeções: "o 'backspace' do laboratório 1 não funciona?"; e "a faculdade não tem verba para colocar o Windows original? Para onde vão nossos R$ 750?"
Faz saber
O pacote de programas do Windows Home Edition está orçado em R$ 299 para atualização e R$ 589 completo. Para manter o Windows Professional, utilizado no Bom Jesus Ielusc, o custo é de R$ 589 e completo, cerca de R$ 829. A vantagem do Linux é que ele é gratuito, o próprio usuário pode fazer modificações e, caso o usuário não queira instalar o software, ele roda diretamente do CD.
Para saber mais:
br-linux.org/faq-linux/
pt.wikipedia.org/wiki/Linux
br-linux.org/faq-softwarelivre

quarta-feira, 14 de maio de 2008

120 anos da lei Áurea
e novas discussões sobre cotas

Joinville tem realidade parecida com a mostrada em pesquisa

Discussões sobre as cotas para negros em universidades brasileiras ganha novo fôlego na semana em que a lei Áurea completa 120 anos. Manifesto com mais de 400 assinaturas foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo a rejeição das ações contra as cotas. No dia 30 havia sido entregue, também ao STF, um documento intitulado “Cento e treze cidadãos anti-racistas contra as leis raciais”, criticando a política de cotas por criar uma falsa divisão entre negros e brancos.
O julgamento de ações que contestam as cotas no Prouni (Programa Universidade para Todos), e em vestibulares de universidades estaduais do Rio de Janeiro, começou no dia 2 de abril, porém foi interrompido, o voto do relator Carlos Ayres Britto foi a favor das cotas. Também nessa semana o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentou uma pesquisa mostrando que a população negra deve superar a branca ainda este ano, porém a renda deve se equiparar somente em 2040.

A realidade apontada pela pesquisa alimentou as reivindicações dos grupos a favor das cotas, segundo eles esses dados mostram que a real necessidade da classe é a igualdade no alcance a educação e capacitação, para que a concorrência no mercado de trabalho possa ser justa. O presidente do Movimento Afro do PMDB Joinville, Ideraldo Luis Marcos, explica que o projeto de lei é polêmico e que deve ser reformulado, ele comenta que uma das falhas está no cadastramento, pois o sistema disponibiliza as cotas para aqueles que se auto-declararem negros ou pardos, mesmo assim acredita que a discussão promovida pela proposta é o que tem de mais benéfico até o momento.
Para o deputado federal Carlito Merss (PT/SC), a política de cotas é uma discriminação positiva. "Esta ação é o reconhecimento de uma dívida social de décadas de segregação racial e promove um processo de aceleração da igualdade nas oportunidades. A raça negra atinge 50% da população brasileira, mas tem os piores salários, exclusão dos cargos de chefias, das vagas nas universidades e mesmo dos cargos políticos", afirmou o parlamentar.
Em Joinville, a realidade é a mesma, o negro mesmo com mestrado, doutorado, tem mais dificuldade em se tornar reitor em uma universidade por exemplo, em qualquer campo ele enfrenta uma barreira a mais que o branco para alcançar cargos de chefia, explica o líder negro do PMDB,"Mas felizmente essa relidade começa a mudar aos poucos, uma amostra disso é que até mesmo o prefeito da cidade, agora por decreto, terá de contratar pelo menos um secretário negro"
Ana Paula Moraes












Prêmio Exit/Ielusc deixa participantes insatisfeitos


Categoria campanha não é premiada e alunos justificam baixo desempenho.

Fabiane Lima Ribeiro


Nenhum dos seis projetos inscritos na categoria campanha do Prêmio Exit/Ielusc foi premiado e a contemplação que daria uma vaga de estágio na agência Exit por um mês, o Grand Prix, não se realizou. A cerimônia de premiação aconteceu na sexta-feira, 9 de maio, no anfiteatro do hotel Tannenhof. Os alunos que participaram do evento não saíram satisfeitos. A decisão do júri de não premiar a categoria teria sido em função das notas baixas dadas aos projetos. A comissão julgadora foi composta por publicitários da agência e por dois professores do curso de publicidade e propaganda do Bom Jesus/Ielusc.

Não houve nenhum trabalho na categoria com nota superior a 7,0. A opinião dos alunos participantes é consensual. Eles acreditam que o principal problema foi os projetos terem sido executados em cima da hora. Alguns alegam que o motivo teria sido o atraso na divulgação tanto do evento quanto do briefing de informações. O prazo apertado e a falta de informações teriam dificultado a criação e o desenvolvimento das peças.

Deimes Oliveira, aluno do 3º semestre e vencedor do 1º lugar na categoria anúncio de revista acredita que “faltou divulgação, foi bem desorganizado, deixaram para divulgar o prêmio bem em cima da hora. A maioria ficou sabendo uma semana antes do prazo para entregar o projeto”.O aluno admite que seu próprio trabalho foi executado com atraso “Eu mesmo produzi a minha peça na terça que antecedeu o prêmio. Com mais tempo teria sido mais bem desenvolvido. Mas acho que faltou o pessoal se interessar mais também”.

Leonardo Renato Vicente e Sérgio Dirceu da Costa Júnior, ambos do 3º semestre, venceram a categoria outdoor e concordam que a divulgação deixou a desejar. Leonardo afirma que “deram ênfase apenas na divulgação das palestras (do Eppa)”. Sérgio acredita que o tema da campanha.“Aposte nos novos publicitários.” e as informações contidas no briefing também não ajudaram. “Foi muito abrangente e o briefing não conseguiu passar a idéia”.

Os alunos responsáveis pela organização do Prêmio Exit negam que o motivo teria sido o atraso na divulgação. Gustavo Xavier da Silva, do sétimo semestre, afirma que o briefing foi divulgado com um mês de antecedência. “Isso ocorreu no ano passado, mas neste ano nossa primeira preocupação foi divulgar o briefing um mês antes para não dar margem para esse tipo de desculpa. O que comprometeu foi a produção em cima da hora”. Bruna Gregório, também do sétimo semestre, diz que apesar de ter ocorrido certo atraso na divulgação dos cartazes dentro do Ielusc (estes foram espalhados pela instituição uma semana antes do evento), as informações sobre regulamento e tema estavam disponíveis para os alunos. “Estava tudo no site”.

Bruno Cassan e Mariê Balbino, do 5º semestre e participantes nas categorias anúncio de revista e campanha respectivamente, afirmam que essa é uma oportunidade para a instituição criticar e repreender o desempenho acadêmico dos participantes, já que segundo Mariê. “quem participou deixou pra fazer em cima da hora, e isso só mostra o desinteresse dos alunos de publicidade e propaganda”. Bruno acredita que a decisão acabou por denegrir a imagem da instituição. “Ficou feio para a faculdade, esse ano o prêmio foi aberto ao público e isso só mostrou uma imagem negativa dos alunos”.

Consumo de drogas é ignorado na noite do centro de Joinville

Caligrafia de Iolanda Dubial



Sem casa, sem emprego e sem perspectivas, moradores de rua convivem com a droga

Luiza Martin



Sob a marquise do banco Bradesco, vivem os excluídos. O espaço que ocupam tem, aproximadamente, 246 metros quadrados. A maioria dos que dormem na calçada do banco, situado na esquina da rua XV de Novembro com a Dona Francisca, é usuária de drogas. Na noite fria do dia 13 de maio, com termômetro marcando 15º, “Mc PP”, fumou crack sentado no beiral do jardim do Bradesco, sem medo de espectadores e de polícia.

Enquanto a renda per capita do Joinvilense é 18.785 reais, segundo pesquisa do Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) feita em 2005, os moradores do Bradesco não arrecadam nem 10% desse valor. A maioria perdeu a profissão por causa do vício. Dentre eles, Mc PP, que tem 28 anos, ficou desempregado há dois meses. Era garçom. Todo dinheiro que já conseguiu gastou com drogas. Cansado, Mc desabafou: “O Brasil é uma desigualdade”.

Iolanda Dubial - “Neguinha” - contou que, para comer, cata latas de alumínio e as troca por cachorro-quente ou pede por alimento nos botequins. Aos 29 anos, ela mora na rua sem a filha, Ana Carolina Dubial (uma das crianças abrigadas pelo Lar Abdom Batista). O que a fez abandonar sua casa foi a morte da mãe, Maria dos Prazeres Dubial, e saber da verdade: era filha adotiva. Moradora das cercanias do hotel Tannenhof, Iolanda se sentiu “humilhada” pela polícia que “só espanca”.

"Venha ser o rei do nosso castelo”, convida o site do hotel em que Iolanda dorme. O luxo, digno de um monarca, não se restringe apenas ao Tannenhof. O Bradesco lucrou, em 2007, a fortuna de 8 bilhões de reais, número 888 vezes maior que o PIB (Produto Interno Bruto) de Joinville (Ibge, 2005). Outro investimento lucrativo é o tráfico, que não está sujeito a impostos e possui mais de 144 pontos de distribuição em Joinville. Tal número superou o de drogarias reunidas pela lista telefônica – são 125 na lista online.

De acordo com a Policial Militar, Elaine Soares, “já não é crime usar drogas, mas traficar continua sendo”. Isso porque, usuários presos não passam muito tempo em cárcere. Sobre os moradores de rua, ela comentou que se drogam e bebem, porém nunca ameaçaram ninguém. A outra Policial de plantão, Roseléia de Sousa, concordou com Eliane e disse “não são eles que incomodam”, e sim aqueles que fingem ser pobres para conseguir dinheiro. Na ronda noturna das 19 a uma hora, o tráfico e consumo de entorpecentes não foi o alvo.

Quem observou o movimento debaixo do bilionário Bradesco, percebeu o que Silvana Vieira, empregada doméstica salientou: “a polícia não viu o tráfico”. Silvana, que esperava carona, junto ao filho, desde 18 até 21 horas, notou a presença de alguns meninos pedindo dinheiro no auto-atendimento do banco. Queriam comprar drogas. Um deles “parecia ter 11 anos, a idade de Cess Jonathan (seu filho)”, exclamou perplexa. “A maioria gosta de viver na rua”, ela afirmou. De fato, Cláudia, 18 anos, gostou de ficar na calçada do banco. Ela preferiu a rua à convivência familiar, que deixou há dez anos.



O rap de Mc PP


Não sabia que era terça-feira, 13 de maio. Ele, “Mc PP”, acordara com a mão esquerda paralisada. A falta de movimento, atribuiu às drogas. As unhas e os dentes sujos, contrastavam com as roupas que vestia. Não estavam limpas, mas bem cuidadas. Usava boné torcido para a esquerda, camisa social por cima da camiseta, calça larga e tênis.

Pediu um isqueiro ao homem que conversava com a mulher sentada dentro do “carro de reciclagem”. Conseguiu uma lata de refrigerante. Reuniu, sobre quatro furos feitos na lata, as cinzas do cigarro que fumara. Acima do resto de cigarro colocou a pedra de diâmetro menor que 5 milímetros. Acendeu a chama do isqueiro. Aproximou-o das cinzas. Depois disso disparou dez frases desconexas, confessou que fora preso por sete anos por roubo e continuou o rap:



Quarta-feira de tristeza
(que dia que é hoje?)
Muita tristeza
Num só coração
Abandono da minha família
Abandono dos meus irmãos
Mas não dá nada
Eu fico nessa solidão
O que importa é
Que Deus
Que Jesus está no meu coração
Se eu preciso de dinheiro
Ou comida
Ele nunca me deixou só
Conto uma história real para você
Ouvinte
Você que vai ler
Você tem que ter muito peito
Muita coragem para sobreviver
(...)
A vida na rua é tristeza
abandono, sofrimento

terça-feira, 13 de maio de 2008

Assinada ordem de serviço
para Via Gastronômica

Obras devem iniciar em junho e terminar em outubro



Por Ronaldo Santos





Foi assinada ontem na Associação Comercial e Industrial de Joinville (Acij) a ordem de serviço para execução das obras de reurbanização da Via Gastronômica da cidade. Elas iniciam em junho e devem terminar em outubro. Serão investidos R$ 2,09 milhões na execução da instalação da rede elétrica subterrânea. A colocação de 160 luminárias e 80 postes custará R$ 360 mil.

As promessas de mudança na Visconde de Taunay existem há mais de um ano. A retirada dos postes e a criação do sistema subterrâneo de transmissão de energia são medidas inéditas na cidade e ficarão por conta da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina). Para esta parte do projeto os recursos virão do governo estadual. A reurbanização será custeada pela prefeitura. As ações envolvem também nova pavimentação e construção de jardins, mas o valor dessas obras ainda não foi divulgado.

Hoje existem 21 bares e duas boates na rua. O gerente Maurici Schadlik, de um restaurante de comida árabe, acredita que com a mudança na via o movimento nos estabelecimentos aumentará. “Com a modificação, a rua tem mais atrativos e aumenta a curiosidade do público”, diz Schadlik. O empresário Marcos Meyer, proprietário de uma pizzaria, não sabe como será o cronograma das obras e se os bares serão afetados. “Não foi comunicado nada. Não sabemos nem se teremos que desembolsar algum valor na obra”, completou Meyer.

Os trabalhos na rua vão ser divididos em quadras. Serão sete no total. As obras começarão na rua Ministro Calógeras e vão até a avenida Juscelino Kubitschek. Os empresários da Visconde não sabem se o tráfego será desviado ou interrompido.