terça-feira, 17 de junho de 2008

Apenas 14% da cidade possui tratamento de esgoto

Águas de Joinville pretende cobrir metade do município até 2012



Por Ronaldo Santos




Na semana passada o Instituto Trata Brasil em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o resultado de uma pesquisa feita em todo o Brasil que mostrou as condições de saneamento básico no país. Na análise, Santa Catarina aparece em penúltimo lugar no ranking de saneamento básico dos estados, pois somente 12% da população tem acesso à rede de esgoto. Em Joinville a situação não é diferente. Na cidade apenas a região central e o loteamento Ulysses Guimarães têm esgoto tratado, o que corresponde a 14% do município. Todo o restante é despejado nos rios que desembocam na Baía da Babitonga.

A cidade conta com apenas duas estações de tratamento de esgoto: uma no bairro Profipo e outra no Jarivatuba. De acordo com assessor de comunicação da Companhia Águas de Joinville, João Francisco da Silva, a empresa tem planos de até 2012 cobrir 50% das residências com esgoto tratado. Para isso, já estão firmados contratos que destinam no total R$ 300 milhões para o projeto. O dinheiro é proveniente de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, da Caixa Econômica Federal, do Banco Mundial, do Programa de Aceleração do Crescimento e do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata.

João Francisco explica que o melhor modelo de tratamento de esgoto é o feito por bacias. Hoje estes sistemas estão sendo construídos nos bairros Vila Nova, Morro do Meio, Jardim Sofia, Pirabeiraba e Jardim Paraíso. Este último já está com toda a rede coletora instalada, faltando apenas a construção da estação.

A estação do bairro Jarivatuba é a maior da cidade. Foi construída na década de 1970 com a tecnologia disponível na época e o tratamento é feito de forma natural, com microorganismos. Segundo João Francisco, a água que sai da estação está com 90% de pureza — dentro dos padrões mínimos para voltar aos rios. Com os métodos da época da construção da estação, não era possível conter os gases mal-cheirosos. Hoje a área em volta da estação de tratamento é urbanizada e a população sofre com o odor.

A proposta de cobertura de esgoto da Companhia Águas de Joinville não inclui coleta de resíduos das empresas. Todas devem possuir um sistema próprio de coleta e tratamento. As grandes indústrias da cidade já possuem. As que ainda não instalaram, terão um prazo para se adequar a legislação que obriga que todas tenham o sistema.

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