terça-feira, 10 de junho de 2008

Vereadores ignoram protesto de estudantes contra aumento salarial de 36,28%

Por Ariane Pereira

Os estudantes do Bom Jesus/Ielusc, Univille e Udesc que compareceram hoje à Câmara de Vereadores de Joinville para protestar contra o aumento de 36,28% no salário dos vereadores ficaram sem saber o que vai acontecer a seguir. Uma carta, que exige do prefeito Marco Tebaldi o veto da decisão tomada no último dia 5, foi entregue aos vereadores, que a protocolaram após a leitura feita pelo aluno do curso de História Felipe Rodrigues, da Univille. A sessão foi encerrada sob a vaia dos cerca de 60 estudantes presentes. Os vereadores se retiraram e nada declararam aos manifestantes.

Adilson Mariano, um dos dois parlamentares que votaram contra o aumento, acha uma “injustiça e um contra-senso” aprovar 36,28% de acréscimo no próprio salário, enquanto os demais servidores públicos receberão apenas 6%, divididos em três vezes. O vereador apóia que o povo vá para a rua e reivindique seus direitos. Em relação a nota publicada na coluna de Jeferson Saavedra no AN, que se referia ao movimento dos estudantes como “turma do Adilson Mariano”, o vereador se mostra indignado: “o povo não pode se rebelar contra as ações desse poder, tem que ter alguém por trás? É duvidar da inteligência do povo”, diz.

Durante a sessão, na qual os vereadores estavam fazendo uma votação para o nome de uma escola, os estudantes mantiveram uma manifestação pacífica, com faixas de frases de protesto e brados que interrompiam a fala dos vereadores – embora sem xingamentos e palavrões. O presidente da Câmara, Fábio Dalonso, suspendeu a sessão e ameaçou não reabri-la caso os estudantes continuassem a atrapalhar o andamento da reunião. Após os ânimos se acalmarem, a sessão foi reaberta. Vários dos manifestantes estavam com narizes de palhaço, inclusive Ester Pereira Alves, uma senhora que soube do protesto pela Rádio Globo. Ester resolveu juntar-se aos jovens estudantes por ter ficado indignada com o aumento. Ela argumenta que há vários postos de saúde na cidade nos quais chove dentro, porque o poder público alega falta de dinheiro para o conserto.

Os estudantes pretendem se encontrar amanhã ao meio-dia em frente à prefeitura, a fim de entregar ao prefeito Marco Tebaldi um documento no qual se pede o veto do projeto de lei.

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