Nas cavalgadas do bairro Vila Nova, durante o 8º Arrastão da Solidariedade, 2.000 quilos de alimentos foram recolhidos. O sol raiava enquanto os cavaleiros e amazonas chegavam à rua XV de Novembro. Eles partiram com uma hora de atraso, no dia 14 de junho, depois de receberem a benção do pastor da igreja luterana e do padre. As pastorais desses dois religiosos distribuirão os donativos para as famílias cadastradas que moram no Vila.
O 8º arrastão do bairro é o 16º de Joinville e foi animado por um trio elétrico que tocava a música composta pelo antigo coordenador do evento, João Severo de Lima Junior. “Os cavaleiros que cavalgam na cidade, buscam solidariedade em forma de arrastão. Trazem no peito uma ânsia de ajuda para ver se a coisa muda na mesa do seu irmão”, proferiam as caixas de som do trio. A ideologia de ajuda ao próximo, se manteve sob a liderança de Celso Pitta, que comandou a caravana por 22 ruas e cinco trechos da XV de Novembro.
Antes dos cavaleiros adentrarem nas ruas do roteiro traçado, um carro de som passava chamando os moradores ao portão. O pintor de paredes e fachadas Djalma Fernandes Junior atendeu ao clamor. “Foi de repente, estava lavando o carro”, disse ele que pediu para a esposa separar roupas, um quilo de açúcar e outro de sal. Djalma entregou sua contribuição a um dos cavaleiros. Assim também fizeram os vizinhos dele, que poderiam integrar a lista dos beneficiados pelas doações.
Lady Godiva
Diz a lenda do Reino Unido que Godiva, esposa de Leofric, cavalgou nua pela cidade de Conventry. Ela protestava, em favor dos camponeses, contra os altos impostos que o marido cobrava. A única semelhança entre Bruna Welter e Lady Godiva é o cavalo (que não é o mesmo, pois, apesar de ser crença popular, nenhum eqüino sobreviveria por quase 1000 anos).
Bruna é estudante, só tem 14 anos, e participava do arrastão pela segunda vez. Carregou, na rua Ivora, uma sacola com mantimentos que quase a fez cair do cavalo, literalmente, de tão grande. O esforço foi recompensado, não pela benfeitoria e sim pela satisfação. Isso porque “não tem nada melhor do que cavalgar”, dizia orgulhosa a menina do Vila Nova.
Fotos: Luiza Martin
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