sábado, 31 de maio de 2008

Alemanha multifacetada em Sarau Itinerante

Perfil

por Luiza Martin


O público se espremia na sala Luiz Henrique Schuanke do Museu da Arte de Joinville durante o 3º Sarau Itinerante de 2008. A maioria era estudante do Caic Desembargador Professor Francisco José de Oliveira. No mesmo dia (27/05), a mulher de 70 anos, dos olhos e tallier azuis e do cabelo vermelho divulgou o novo sistema de luz responsável pelo tom amarelado da noite dentro da sala do Sarau. O nome dela é Marina Heloisa Medeiros Mosimann. Marina dirige o museu e em todas as apresentações, principalmente na do coral da ACE (Associação Catarinense de Ensino), foi entusiástica nos aplausos. Antes de ocupar a direção do museu, vendia obras de arte.

No ambiente, havia o chão de madeira escura, as pinturas pregadas na parede, 50 cadeiras ocupadas pelo público e as quatro bandeiras: brasileira, alemã, catarinense e joinvilense. Os participantes se limitaram à cultura germânica manifestada na arte, nas brincadeiras tradicionais e na história dos alemães em Joinville. Ilca Behnke, descendente de alemães que divulga os hábitos germânicos pelo país, disse um pouco atrapalhada ao traduzir, que “o alemão jamais deve esquecer sua origem, mas a pátria brasileira também não pode ser desprezada”. Ilca, aos 76 anos relatou uma viagem de Belém a Manaus feita de barco. Ela percorreu todo o trajeto vestida de alemã, para propagar sua cultura.


A anfitriã
Alcione Pauli, 31 anos, se inspirou em Tom Jobim ao batizar a filha: Luiza. Casada com o professor Alencar Schueroff – muito lembrado pelo uso da música nas aulas de literatura –, se formou em letras e faz mestrado sobre Patrimônio Cultural e Sociedade. A tiara vermelha que ela usava no cabelo castanho combinava com a cor das unhas e completava o traje típico germânico. A despeito da indumentária, Alcione se considerou incluída no perfil da “mulher contemporânea, que gosta de viver essa contemporaneidade ao máximo na arte, na cultura e na família”.

Mozart para ouvir Goethe
Luzes apagadas, duas lanternas de emergência, um bastão de madeira, Wolfgang Amadeus Mozart a tocar e Johann Wolfgan von Goethe interpretado por Allan Marllon Viana foi a soma necessária para deixar o público boquiaberto. O ambiente sombrio sugeria a última ânsia do alemão, Goethe: “Abram a janela do quarto, para que entre mais luz”.

Allan desafiou a linguagem verbal – precisou de apenas um dia para aprender o alemão e aplicá-lo em frases intercaladas com outras em português, enquanto andava da esquerda para a direita na sala do museu. Tamanho esforço lhe rendeu uma bolsa de estudos, para aprender o idioma, concedida e anunciada durante o Sarau. O ritmo dos passos dele foi marcado pela combinação entre a música e sua voz. A primeira palavra que pronunciou encerrou a primeira fase da apresentação, a “da gastrite extra-emocional”. Pois, a genialidade que se esconde atrás dos óculos arredondados teme se revelar – sofre de timidez.

O jovem de 20 anos que tem como segunda casa a biblioteca municipal de Joinville, de tanto que lê, estuda e atua não tem tempo para comer. É magro. As calças caem. Por isso adora sua coleção de suspensórios (e porque só lhe servem os cintos infantis). Allan tem a mente inquieta de um gênio habitando a estrutura franzina de um nordestino, que mora em Joinville. Admira a performance do ator Matheus Nachtergaele e os autos do dramaturgo Ariano Suassuna. Já trabalhou no teatro drama e regionalista nordestinos. Sua relação com a arte dramática transita pela contação de histórias, pela poesia escrita por ele próprio, pela interpretação e pelo estudo do teatro.

“Sarau é a maneira mais plena de expor seu íntimo. É falar de amor e plenitude”, divagou Allan. Ele tanto aprecia essa confraternização a favor da arte, que se apresenta em todos os eventos realizados pela Biblioteca Municipal de Joinville.


Brincadeiras e estripulias

Seis crianças do grupo folclórico Windmühle, pertencente à Sociedade Cultural Lírica, mostraram as brincadeiras típicas dos alemães de Joinville. Não se aquietaram em nenhum momento. O pai de duas delas, Odinei Petri, confessou que Josiane, seis anos de idade, e Carlos Eduardo, de apenas quatro anos, não cessam as brincadeiras. Odinei é operador de produção e contou que o filho menor diverte a todos com as trapalhadas – “na Festilha (Festa das Tradições da Ilha de São Francisco), ele escorregou no tablado de madeira e fez todos os colegas caírem”, recordou rindo.

Josi e Dudu, como são chamados pelo pai, formam o casal mais novo do grupo. Para ela a melhor dança é a do “ursinho”, semelhante a sua rotina. Isso porque narra a história de crianças que brincam, festejam e riem até o momento do sono, metaforicamente lembrado como a hora do ursinho.


Uma tríade muit
o entrosada
Maestro, pianista e cantores formam o coral da ACE, que entoou seis melodias no Sarau Itinerante. Dentre elas estava a Marcha Turca de Mozart. A voz do coral foi formada por 29 estudantes. Um deles, Jeferson Jones Bernardes Filho, que tem 20 anos, é estagiário em um escritório de advocacia. Além de estudar Direito na ACE à noite e trabalhar de dia, o futuro advogado joga handebol segunda e quarta-feira das 20horas à meia noite. Na segunda e quinta-feira após às 18h, ele se dedica ao coral durante uma hora. Cantar para Jeferson é lazer.

Mas para o maestro, Luiz Fernando Melara, e para a pianista, Marisa Toledo, música é profissão. Depois da regência vigorosa, o rosto de Melara brilhava de suor. Ele se formou regente na Escola de Música e Belas Artes do Paraná e se aposentou como professor de música pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) em 2005, quando retornou para Joinville. Dirige a orquestra da ACE e já havia participado do coral da Univille (Universidade da Região de Joinville), da qual cobrou indenização pelo uso indevido de seu trabalho após sua demissão em 1999.

Com o som do piano eletrônico, Marisa acompanhava os cantores. Quando ela tinha “mais ou menos dez anos” de idade e três de aulas de piano clássico, ganhou seu primeiro órgão. A pianista é formada pelo Conservatório de Música Erudita e fez pós-graduação em música brasileira. Grávida do primeiro bebê aos 35 anos, Marisa leciona na casa da cultura e demonstrou ser muito tranqüila e consciente da profissão que escolheu. “Trabalhar com música, profissionalmente, não é fácil para ninguém. Só seria se tocassem na banda da Madonna”, comentou ironizando os que almejam a ascendência econômica repentina.


fotos: Luiza Martin

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A Biblioteca, o Sarau, o Museu e a Alemanha

A noite em que a cultura alemã se encontrou com a arte do Museu em reforma.

A sala ficou pequena no início do sarau

Por Priscila Farias Carvalho

O Museu de Arte de Joinville reabriu em sessão especial para receber o 3º Sarau Itinerante do ano, promovido pela Biblioteca Pública Municipal Rolf Colin, em 27 de maio, às 20h. Mais de 70 pessoas, entre estudantes e apreciadores da arte, disputavam espaço na apertada e quente sala Luiz Henrique Schwanke, que inaugurava nova iluminação doada pela empresa Brascola.

O diretor da Biblioteca Pública, Reginaldo Jorge e a organizadora do Sarau, Alcione Pauli, foram os mestres de cerimônia do evento. Contando com apoio voluntário, a Biblioteca tenta manter o projeto em lugares representativos da cidade, para que não necessitem encerrar as atividades enquanto o prédio é reformado.

A diretora do museu, Marina Mosimann, pedia a todo instante que as pessoas desencostassem de alguns dos quadros dispostos pela sala Luiz Henrique Schwanke. Grande parte do público era formado por alunos do Caic “Professor Desembargador Francisco José Rodrigues de Oliveira” que agendaram visita com a Biblioteca para participarem do sarau.

O estudante da 5ª série noturna João Carlos Dalbosco, 14 anos, que participava pela primeira vez de um sarau, não sabia que iria ao museu naquela noite e reclamava muito do calor. A maior parte dos estudantes permaneceu de pé durante as apresentações. Só havia cerca de 50 cadeiras disponíveis, ocupadas em grande escala por adultos e idosos.

Allan Viana expôs a performance de Labirinto Particular com as luzes do ambiente apagadas. O garoto magrelo - que usa óculos de grau - e vestia roupas pretas (calça social, camisa e suspensório), recitou trechos da peça Fausto, de Goethe, em alemão treinado numa só aula. Ao prestar seus agradecimentos, ele pediu desculpas pelo alemão desleixado que apresentou e alegou ser admirador de Hermann Hesse.

Intensa foi a apresentação do Coral da ACE, composto por 29 cantores regidos por Luiz Fernando Melara e acompanhados pela pianista Marisa Toledo. Cantaram seis músicas, como Jura e Festa do Interior. A historiadora Raquel S. Thiago, fez uma breve exposição da história de Ottokar Doerffel, primeiro prefeito da cidade de Joinville e imigrante alemão que morou na casa onde hoje está instalado o Museu de Arte de Joinville, em frente à Cidadela Cultural Antarctica.

Uma dupla de bandoneonistas apresentou músicas típicas alemãs. O público se entusiasmou tanto que precisaram tocar mais uma música. Para finalizar, seis crianças do grupo folclórico Windmühle apresentarem danças alemãs infantis, que ensaiam todos os sábados na Sociedade Lírica e integrantes do Instituto Cultural Brasil-Alemanha declamaram textos em alemão. Quase sem platéia, as atividades do 3º Sarau Itinerante terminaram às 22h.


Tudo pela paixão à arte

Com a promoção de saraus a Biblioteca Pública vem ajudando a valorizar as várias culturas que compõem a história de Joinville. A organizadora Alcione Pauli, 31 anos, enfatizou que o Sarau é “um espaço informal para que o público interaja com os artistas”. Não foi o que aconteceu. Devido às poucas intervenções, ao final do evento no MAJ, Alcione desabafou. Para ela, a falta de informação da platéia é um obstáculo, pois para muitos era o primeiro encontro com outras formas de arte. Segundo Alcione, uma das intenções da Biblioteca é fomentar a movimentação dos jovens pelo contato com informação e cultura para mudar esse quadro.

foto: Luiza Martin

Contagem regressiva para ativação total do Hospital Infantil

Jacqueline Vasconcellos
É pra valer. O Hospital Materno-infantil Doutor Jeser Amarante Faria deverá entrar em pleno funcionamento até abril de 2009 por ocasião da escolha do novo administrador da Organização Social (OS). A direção geral do hospital ficou com a instituição Nossa Senhora das Graças, de Curitiba. Falta agora só assinar o contrato que seguirá critérios semelhantes aos utilizados pela Secretaria da Saúde de São Paulo com algumas alterações e iniciar o processo de seleção dos funcionários que deverão ser daqui mesmo de Joinville.

A instituição privada assumiu a administração do hospital para reduzir os gastos ao Estado que sinalizou não ter mais condições financeiras devido aos R$ 40 milhões já investidos em obras físicas para a construção do prédio e o gasto com equipamentos de R$ 15 milhões (investimento que representa 70% hoje). O novo comando pretende diminuir a burocracia para o funcionamento e também a “politicagem” que prejudica decisões e andamento das negociações. Desde o início da construção em 1997, o hospital enfrentou a troca de três governos estaduais e uma inauguração às vésperas da última eleição estadual em setembro de 2006 revelam o quadro atual do hospital que funciona apenas com 26% de sua capacidade. Dos 168 leitos existentes apenas 45 funcionam – seis da UTI pediátrica, dez para tratamento oncológico (câncer) e 29 leitos para internação em geral.

Quase dois anos se passaram e o Hospital infantil de Joinville parece encerrar a longa espera. “Está tudo pronto, o hospital tem quase todos os equipamentos e de última geração; tem andares prontos para abrigar leitos de internação geral, atender e abrigar pacientes na ala de queimados, cardiologia, neurologia e oncologia infantil”, comenta Sheila Fernandes secretária administrativa do Hospital Regional. Com o contrato firmado, “boa parte da infra-estrutura do hospital começará a funcionar em meados de julho”. A maior demora será a inclusão das especialidades para que toda a infra-estrutura opere 100%, pelo fato da OS ter de obter no Ministério da Saúde o credenciamento (que leva de seis a oito meses) nas áreas de cardiologia e neurologia infanto-juvenil (zero a 18 anos) por ser considerado atendimento de alta complexidade. Hoje, esses serviços encontram-se disponíveis apenas em Florianópolis, no Hospital Joana de Gusmão.

A atual administração já analisou o atendimento aos pacientes no Hospital e elogiou a qualidade dos serviços prestados no presente momento. A intenção é a busca pela excelência na qualidade dos serviços pediátricos com o atendimento preferencial do SUS em 100% mas com a eficiência de hospital privado. A expectativa é grande a começar pela ativação completa das UTIs (dez vagas) e oferta de mais leitos. Ficará faltando completar os 123 leitos, centro cirúrgico, ambulatório, emergência, pronto-socorro e as alas de cardiologia, neurologia e de queimados (de zero a 18 anos). Agora é esperar que Joinville possa ter orgulho de uma unidade hospitalar de referência no Estado há muito esperado: o de resolver com eficiência e eficácia os problemas com atendimentos pediátricos.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Dois Caminhos lota Teatro Juarez Machado




Por Débora Kellner

O Teatro Juarez Machado ficou pequeno para o espetáculo “Dois Caminhos” dos coreógrafos Sérgio Lobato, Gustavo Côrtes e Petrônio Ferreira, dia 27, em Joinville. Os ingressos comprados na hora do evento esgotaram-se rapidamente. Cerca de 400 pessoas foram prestigiar as coreografias ensaiadas durante três semanas. Os bailarinos da escola do Teatro Bolshoi no Brasil e Cia Jovem ETBB encantaram o público com a Dança Popular Brasileira e o Neoclássico.



O professor e ensaísta do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Sérgio Lobato, trouxe a coreografia neoclássica “Improviso”, uma miscigenação de dança clássica e contemporânea. Gustavo Côrtes trouxe de Minas Gerais o folclórico e a dança popular. Para deixar clara essa mistura, Côrtes tirou as sapatilhas dos alunos que dançaram grande parte do espetáculo descalços.



Os bailarinos do Bolshoi ficaram surpresos com as novidades da escola nos ensaios, mas aprovaram as mudanças. Tomas Quaresma, 20 anos, é nordestino e afirma que essa mistura é importante para a cultura brasileira. “São novidades muito bacanas, uma junção com a dança contemporânea, uma apresentação diferente. Eu fiquei feliz de ver xaxado e muito xote no palco”.



A bailarina Rafaela Naesri, 16 anos, não havia dançado outro estilo além do balé clássico. Ela explica que pretende mudar para a dança contemporânea: “Essa inovação que vivenciamos hoje mudou meu jeito de pensar. Agora pretendo experimentar outros estilos para aprender de tudo um pouco e depois me encaixar no contemporâneo”.



O estudante Thiago Baur, 20 anos, se surpreendeu com o diferencial deste espetáculo. “É a primeira vez que assisto os bailarinos do Bolshoi, e nunca os imaginei dançando descalços, desde balé clássico até dança nordestina”.



O espetáculo “Dois caminhos” foi apresentação única. A escola do Bolshoi optou por não repetir as coreografias para que o público vá ao teatro para prestigiar a dança.



As fotos do evento podem ser conferidas no site http://www.escolabolshoi.com.br/

quarta-feira, 28 de maio de 2008

“Dois caminhos”: Estilos de uma dança

Coreógrafos apostaram no Pas de Deux com o Xote nordestino

Da obra clássica da Rússia ao encanto da música popular brasileira. Essa foi à combinação apresentada pela Escola Bolshoi e a Cia Jovem ETBB, no espetáculo “Dois caminhos, dança popular brasileira e neoclássica”, dos coreógrafos convidados Sérgio Lobato (Theatro Municipal do Rio de Janeiro), e os mineiros Gustavo Cortês e Petrônio Ferreira. A atração foi ao palco, ontem, no Teatro Juarez Machado. Os autores não estavam presentes, mas os produtores, bailarinos e a platéia aprovaram a obra.

“É legal trazer professores brasileiros para fazerem essas misturas de culturas”, explica a bailarina Stephanine Ricciardi. 20 anos. A jovem, que há seis anos pratica as vaiações da dança clássica da Rússia, apóia a união de técnicas de outros países com as do Brasil. “Interessante. Pois proporciona um aproveitamento melhor e traz conhecimentos novos”.

Para os professores da Escola Bolshoi, a experiência de outros coreógrafos e estilos é muito importante para o rendimento dos alunos e instrutores da instituição. “Gratificante, rico em informações, que poderão ser empregadas nos nossos trabalhos futuros”, diz Alessandra Hilário da Costa, professora que ajudou a ensaiar a obra.

O espetáculo, que durou cerca de uma hora, iniciou com o “Improviso” de Sérgio Lobato. Durante as performances dos artistas passos e movimentos da dança clássica – como Pas de deux e outras variações - foram apresentados. “São momentos de intensa atividade musical e de coreografias vigorosas, expressas nos corpos dos bailarinos”, explica Lobato em nota.

Em seu segundo momento contrastante, foram apresentadas as variações artísticas da dança nordestina, quebrando o frio das apresentações clássicas, dando espaço ao calor e a ousadia do xaxado, xote, coco e maracatu, interpretados pela Cia Jovem ETBB. “Danças e a projeção artísticas destas manifestações folclóricas são essenciais para a formação completa de um artista profissional”, comenta o coreógrafo Gustavo Cortês, no release da obra.

Por Cesar Blanski

terça-feira, 27 de maio de 2008

Começa a Pesquisa de Orçamento Familiar

Em Joinville serão pouco mais de 300 famílias pesquisadas


Por Ronaldo Santos



Iniciou no último dia 19, em todo o país, a coleta de dados para a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF). O consumo e as despesas das famílias são o foco da análise. Entre os objetivos da coleta estão a obtenção de informações sobre a estrutura de orçamentos, estado nutricional e condições de vida das famílias brasileiras. Neste ano, pela primeira vez, as coletas de dados sobre consumo de alimentos serão feitas individualmente, com cada integrante das famílias. A pesquisa é promovida pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com apoio do Banco Mundial, e realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados serão divulgados em abril de 2009.


A pesquisa será por amostragem. Em todo o Brasil, os 750 pesquisadores visitarão 65 mil domicílios. Em Joinville, são pouco mais de 300 residências. A escolha das famílias é baseada nos dados do censo de 2000. Previamente elas recebem uma carta do IBGE detalhando como será feita a pesquisa e só depois o agente de pesquisa visita a residência. Para a coleta de dados, a cidade é dividada em setores. Cada setor é constituído por 13 residências. A cada três famílias, uma é escolhida para receber uma caderneta na qual, durante nove dias, serão reportados rendimento, gastos com alimentação, luz, telefone, energia e hábitos nutricionais.


A pesquisa recolhe dados sobre hábitos de consumo e condições de vida das famílias brasileiras. As estatísticas servirão também de parâmetro na metodologia de cálculo da inflação e planejamento de ações dos governos nas áreas de saúde, habitação e educação. A POF é realizada a cada cinco anos. Em 2008, convênios com o Banco Mundial no valor de R$ 23 milhões respondem por 43% do custo total do levantamento. O restante é bancado pelo próprio IBGE. O Banco Mundial utiliza os dados em estatísticas internacionais.

No caminho da fama

Estudantes do Ielusc investem no sonho de fazer sucesso

por Sérgio Luiz Lourenço

Elas são jovens, curtem baladas, sonham ser famosas e cursam jornalismo no Bom Jesus/Ielusc. Mas as semelhanças acabam por aí. Karoline Elizabeth Meier, 19 anos, 1,71m de altura, 56 kg, é modelo, disputou o título de Garota Verão, está desenvolvendo um programa que pretende em breve apresentar numa televisão local e acaba de rejeitar um convite para posar nua em uma revista masculina. A também joinvilense Marina Jhonson Schuartz, 18 anos, cantora há seis, viaja quinta-feira para São Paulo, onde participa da primeira eliminatória do programa Ídolos, da Rede Record. Bastante assediada (recebe 200 mensagens por dia em seus quatro perfis na internet), Karol Meir, como é conhecida, disse que não aceitou uma proposta para ser coelhinha da Playboy. O convite foi feito pela internet. “ O cachê é muito baixo”, diz, sorrindo, ao falar dos R$ 3 mil que lhe foram oferecidos. Que quantia considera razoável para posar numa revista masculina? Karol desconversa: “depende do cachê e de onde serão publicadas essas fotos” (risos). Ela pretende concluir o curso e investir na carreira de apresentadora de TV. Somente quando ficar famosa irá pensar de novo na possibilidade de tirar a roupa para uma câmera fotográfica.

Marina vai disputar com mais de 12 mil candidatos nessa primeira fase eliminatória do programa Ídolos. A primeira vez que subiu ao palco foi aos 12 anos em um festival para filhos de funcionários da Embraco. Marina está investindo no sonho de ser cantora. Ela faz aulas de canto e há mais de um ano economiza o que sobra do salário como funcionária do Detran para custear a viagem e a estadia em São Paulo. “Estou brigada com meu pai por causa disso”, desabafou. Determinada ela mostra confiança e acredita que vai estar entre os aprovados para a próxima fase.

Reinauguração do órgão de tubos da Igreja da Paz ocorrerá em 1º de junho

Por Ariane Pereira
No dia 1º de junho, às 19h, ocorrerá a reinauguração do órgão de tubos da Igreja da Paz, que teve sua restauração - no valor de R$ 175.000.00 - finalizada em março deste ano. A organista Lucy Mary de Souza Costa Leão irá tocar no evento, e para isso, está ensaiando desde março. Ela será a organista principal, acompanhada em algumas obras por outros músicos, e a organista da Igreja da Paz, Beatriz Meier, tocará o Hino da Comunidade.

A restauração teve início em fevereiro de 2007. O projeto foi aprovado em 2006 na Lei do Mecenato, o que rendeu uma ajuda de R$ 48.000,00. Os R$ 127.000,00 restantes foram doados pelas empresas Ciser e Döhler. O órgão estava danificado pelos cupins, o que interferiu seriamente em suas funções técnicas e sonoras. O instrumento era originalmente de sistema pneumático e o ar saía do console, passando por fios de chumbo, até chegar aos tubos. Com a umidade, o interior dos cabos foi danificado, e alguns tubos passaram a não receber ar suficiente. A restauração tornou esse processo elétrico, e agora, as teclas acionam uma chave óptica que, ao receber a luz, envia um sinal para um painel eletrônico abaixo dos 579 tubos. Depois, um fole grande manda ar para um fole menor, abrindo uma válvula que libera o ar para o tubo que deve soar.

Lucy Mary é coordenadora da Escola Villa-Lobos, da Casa da Cultura, e conta que o órgão de tubos é seu instrumento preferido. Por ser o único do tipo na cidade de Joinville, a organista ficou sete anos sem tocar. No dia da inauguração, seu filho mais novo, Isaque, irá virar as páginas da partitura para ela, pois suas mãos estarão ocupadas entre as teclas e os registros – botões que controlam a intensidade com que o ar sai dos tubos do órgão, fazendo com que o som seja mais forte ou mais fraco.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

É proibido fumar

Mais uma investida
contra o cigarro em Joinville


Estabelecimentos que servem refeições devem ter área para fumantes

por Sérgio Luiz Lourenço
Aprovado quinta-feira, 15 de maio, o projeto do vereador Marco Aurélio Marcucci (PSDB), proibindo o fumo em estabelecimentos que sirvam refeições em Joinville. Exceto se houver um local específico para fumantes. Por três dias a matéria foi motivo de discussão e polêmica na câmara municipal. A votação foi adiada por duas vezes. Na terça-feira o presidente do legislativo, Fábio Dalonso (PSDB), pediu o parecer jurídico. No dia seguinte mais uma vez não houve entendimento. Alegando ter extrapolado o horário regimental, 19h, Dalonso encerrou a sessão. O texto original "proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígero, derivado ou não do tabaco, em estabelecimentos tipo restaurantes, churrascarias, pizzarias, petisqueiras e praças de alimentação, que sirva refeição no local". A proposta foi alterada pelo parecer da comissão de urbanismo, que acrescentou ao artigo 1º a frase: "Salvo em área destinada exclusivamente a este, devidamente isolada com arejamento conveniente". Com a mudança a matéria foi aprovada por maioria.

O projeto segue agora para a sanção do prefeito Marco Tebaldi (PSDB). Se virar lei, os comerciantes terão 180 dias para se adequar. Quem descumpri-la, pode ser punido com multa de R$ 1500 dobrando o valor em caso de reincidência, e ter o estabelecimento interditado. A fiscalização será da vigilância sanitária. Questionado sobre a aplicabilidade da lei, Marcucci disse que a prefeitura tem que dar a estrutura necessária para os fiscais. Já o vereador Odir Nunes da Silva (DEM), que votou contra o projeto foi categórico: "é mais uma lei que não vai ser cumprida".

terça-feira, 20 de maio de 2008

IPHONE AINDA É LENDA EM JOINVILLE

Anúncio dado pela imprensa é mal interpretado pelo consumidor

Após o jornal A Noticia ter anunciado que o iPhone estaria à venda nas principais lojas de Santa Catarina, os consumidores de produtos “high tech” encontraram lojas sem o produto. Isto porque a concessão comprada pela América Móvel, proprietária da Claro somente começará a vender o aparelho entre dezembro deste ano e janeiro de 2009, segundo o atendente Gustavo Ramos da Silva, 22 anos, da filial da Claro no Shopping Mueller.
“Os preços ainda não foram repassados às lojas”, afirma Rodrigo Albertão, 22 anos, atendente da mesma loja. Ele conta que, com o anúncio, muitos clientes vieram à procura do aparelho e de conhecer a nova tecnologia. Segundo a operadora de caixa Débora da Silva, 23 anos, “não foi repassada nehuma informação para os vendedores”, e somente após a chegada dos aparelhos a equipe receberá algum tipo de instrução para o manuseio da nova tecnologia.
Débora destaca que, chegando a matriz em São Paulo o aparelho é imediatamente repassado para as regionais que redirecionam a todas as filiais as instruções sobre determinados produtos e sua venda. Em Santa Catarina, as lojas recebem instruções diretas da regional situada em Curitiba. (por Rodrigo Silveira)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Ética de uso do sigilo da fonte é questão de debate

Relação repórter-fonte também é tema na mesa-redonda

O sigilo da fonte é um recurso jornalístico para todas as ocasiões, ou ele deve ser desconsiderado no caso de crimes? A questão é o ponto principal do debate que ocorrerá dia 19/05 às 19h no Anfiteatro do Bom Jesus. A pergunta nasce da discussão a que o site da Revi assistiu a partir da matéria Biblioteca do Ielusc é furtada, onde o gatuno não é denunciado sob proteção do sigilo.

De um lado, os professores de jornalismo Gleber Pieniz e Samuel Lima defendem a idéia de que o off, como o sigilo é chamado no jargão das redações, deve ser visto como opção do jornalista. Eles defendem que seu uso depende das informações da fonte e que em caso de confissão de crime deve ser abolido. Os professores Sílvio Melatti e Jacques Mick consideram o off como um dever do jornalista, e que deve ser defendido a todo custo.
O código de ética da profissão estabelece em seu 5º artigo que o sigilo é um direito do jornalista, e também, no item III do 6º artigo que o profissional deve proteger a integridade da fonte. “O uso do off depende muito da natureza da matéria”, ponderou Samuel.
Outros temas podem se destacar durante o debate: até onde pode ir a relação repórter-fonte; até que ponto o jornalista pode ir à busca de informação; e os limites de aplicação do Código de Ética.
O jornalista Marco Aurélio Braga deverá publicar na Revi um artigo contando “causos” de off, principalmente na área de política, uma das que mais empregam o recurso. Um caso de negociação do sigilo é contado pelo também jornalista Caco Barcellos em Abusado: o dono do morro Santa Marta, afirmando aos traficantes que tinha por fontes que escreveria as atividades deles em anos anteriores sob sigilo. Quanto àquilo que se referisse a planos futuros, denunciaria à polícia.
Livros e relicários
“É a sacralização do livro que ocasionou essa discussão”, afirmou o professor e jornalista Jacques Mick, “e uma sacralização que todos nós defendemos”. O furto do computador do Laboratório 3 da faculdade, na primeira semana de aulas, não teve a mesma repercussão. “O livro é uma coisa da comunidade acadêmica, onde construímos nosso conhecimento”, disse o coordenador do curso de Jornalismo, Samuel Lima.
A repórter Ariane Pereira, bolsista da Revi, publicou a matéria sobre furtos na biblioteca do Ielusc no dia 7 de maio. Enquanto cobria a pauta encontrou um dos larápios, que assumiu o roubo de dois títulos bastante procurados do escritor português José Saramago, autor de quem a repórter mais gosta. O ladrão concedeu a entrevista sob o compromisso do off. Ariane afirma que não dirá quem é WC, “primeiro, por não ser o único ladrão; segundo, pela palavra”. Segundo ela, a sigla fictícia não foi uma ironia pensada, embora assim o quisesse, mas, “algo que surgiu, simplesmente”.
Sidney Azevedo

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Laboratórios equipados com Linux até o próximo semestre


Gigante da informática, Microsoft perde espaço no mercado para software livre.

Por Priscila Carvalho
"Eu vou sabotar/ Você vai se amarrar/O que eu não ganho eu leso...", como cantarolavam Os Mutantes na música Top Top, a tal “sabotagem” pode ser vista como a migração em massa de instituições e empresas para o Linux. No final do mês de abril, coordenadores dos cursos superiores e alguns professores estiveram reunidos com o setor de informática do Bom Jesus/Ielusc para discutir as futuras mudanças nos programas utilizados na instituição. Dos computadores da instituição, que custam R$ 1.000 cada um, 73 serão modificados. O Ielusc decidiu aderir à onda a fim de economizar cerca de R$ 120.000 pela licença (de natureza contestável, pois os softwares são ilegais em sua grande maioria). Por enquanto, só os cursos de Comunicação Social ainda terão acesso ao software pago.

Funcionário do Secord (Setor de Comunicação e Recursos Digitais), Thiago Luiz Vedana garante que as mudanças ocorrerão gradativamente, iniciando pela parte administrativa das unidades do centro e do Saguaçu e até o final desse semestre estarão finalizadas, com o treinamento dos funcionários. “A partir de junho, um pessoal da UDESC vai treinar os funcionários do Ielusc”, adianta. E garante: “estudantes não vão sentir muito”. Programas serão mantidos como o Indesign, Photoshop e Illustrator que acompanham o pacote Adobe, e são ferramentas dos cursos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo, que têm aulas nos Laboratórios 3, 4 e 5. O programa Vegas, de edição de vídeo, o pacote Corel e o pacote Macromedia, do Fireworks, também serão excluídos.

Samuel Pantoja Lima, cordenador do curso de Jornalismo, é adepto da democratização das ferramentas dos software livres, e considera a alternativa o “plano diretor de informática” do Ielusc. Para ele, essas mudanças "giram em torno de um debate internacional sobre a incorporação de softwares livres em virtude do domínio de softwares pelas grandes corporações", como a Microsoft. Admite que o Ielusc não vai participar ativamente dessa migração, pois disciplinas de meios de TV, rádio e editoração exigem programas pagos. Juciano de Souza Lacerda, doutor em Ciências da Comunicação, assegura que é boa a mudança nos computadores da instituição. “Vai servir para investir em outras questões nos próprios laboratórios.” Acrescenta que “será adotada uma política para instruir os alunos". Juciano ressalta que os laboratórios 3, 4 e 5 funcionarão com Linux e Windows, para que sejam mantidos os programas para edição gráfica de páginas e edição de fotos.

As opiniões de usuários dos computadores da instituição divergem. Lize Reinert, funcionária do Ielusc, afirma que a mudança para o logotipo do Pingüim não vai alterar nada, pois trabalha com Openofice (do Linux) e hoje mal consegue utilizar o Word. “Tudo é uma questão de costume.”, argumenta. Jackson Carvalho, estudante do 3º semestre de Jornalismo acredita que seja um grande passo da instituição. “É o PAC do Ielusc”, brinca.
Também do 3º semestre, Ronaldo Santos não gostou muito da mudança, mas acha que “será bom para o Laboratório 1”, pois o Linux é "mais leve" e os servidores ficam "mais agéis". Estudantes de Publicidade e Propaganda, Cristina Barbosa e Ana Claúdia não gostaram da idéia. Alegam que utilizam algumas ferramentas do Corel e fazem duas objeções: "o 'backspace' do laboratório 1 não funciona?"; e "a faculdade não tem verba para colocar o Windows original? Para onde vão nossos R$ 750?"
Faz saber
O pacote de programas do Windows Home Edition está orçado em R$ 299 para atualização e R$ 589 completo. Para manter o Windows Professional, utilizado no Bom Jesus Ielusc, o custo é de R$ 589 e completo, cerca de R$ 829. A vantagem do Linux é que ele é gratuito, o próprio usuário pode fazer modificações e, caso o usuário não queira instalar o software, ele roda diretamente do CD.
Para saber mais:
br-linux.org/faq-linux/
pt.wikipedia.org/wiki/Linux
br-linux.org/faq-softwarelivre

quarta-feira, 14 de maio de 2008

120 anos da lei Áurea
e novas discussões sobre cotas

Joinville tem realidade parecida com a mostrada em pesquisa

Discussões sobre as cotas para negros em universidades brasileiras ganha novo fôlego na semana em que a lei Áurea completa 120 anos. Manifesto com mais de 400 assinaturas foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo a rejeição das ações contra as cotas. No dia 30 havia sido entregue, também ao STF, um documento intitulado “Cento e treze cidadãos anti-racistas contra as leis raciais”, criticando a política de cotas por criar uma falsa divisão entre negros e brancos.
O julgamento de ações que contestam as cotas no Prouni (Programa Universidade para Todos), e em vestibulares de universidades estaduais do Rio de Janeiro, começou no dia 2 de abril, porém foi interrompido, o voto do relator Carlos Ayres Britto foi a favor das cotas. Também nessa semana o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentou uma pesquisa mostrando que a população negra deve superar a branca ainda este ano, porém a renda deve se equiparar somente em 2040.

A realidade apontada pela pesquisa alimentou as reivindicações dos grupos a favor das cotas, segundo eles esses dados mostram que a real necessidade da classe é a igualdade no alcance a educação e capacitação, para que a concorrência no mercado de trabalho possa ser justa. O presidente do Movimento Afro do PMDB Joinville, Ideraldo Luis Marcos, explica que o projeto de lei é polêmico e que deve ser reformulado, ele comenta que uma das falhas está no cadastramento, pois o sistema disponibiliza as cotas para aqueles que se auto-declararem negros ou pardos, mesmo assim acredita que a discussão promovida pela proposta é o que tem de mais benéfico até o momento.
Para o deputado federal Carlito Merss (PT/SC), a política de cotas é uma discriminação positiva. "Esta ação é o reconhecimento de uma dívida social de décadas de segregação racial e promove um processo de aceleração da igualdade nas oportunidades. A raça negra atinge 50% da população brasileira, mas tem os piores salários, exclusão dos cargos de chefias, das vagas nas universidades e mesmo dos cargos políticos", afirmou o parlamentar.
Em Joinville, a realidade é a mesma, o negro mesmo com mestrado, doutorado, tem mais dificuldade em se tornar reitor em uma universidade por exemplo, em qualquer campo ele enfrenta uma barreira a mais que o branco para alcançar cargos de chefia, explica o líder negro do PMDB,"Mas felizmente essa relidade começa a mudar aos poucos, uma amostra disso é que até mesmo o prefeito da cidade, agora por decreto, terá de contratar pelo menos um secretário negro"
Ana Paula Moraes












Prêmio Exit/Ielusc deixa participantes insatisfeitos


Categoria campanha não é premiada e alunos justificam baixo desempenho.

Fabiane Lima Ribeiro


Nenhum dos seis projetos inscritos na categoria campanha do Prêmio Exit/Ielusc foi premiado e a contemplação que daria uma vaga de estágio na agência Exit por um mês, o Grand Prix, não se realizou. A cerimônia de premiação aconteceu na sexta-feira, 9 de maio, no anfiteatro do hotel Tannenhof. Os alunos que participaram do evento não saíram satisfeitos. A decisão do júri de não premiar a categoria teria sido em função das notas baixas dadas aos projetos. A comissão julgadora foi composta por publicitários da agência e por dois professores do curso de publicidade e propaganda do Bom Jesus/Ielusc.

Não houve nenhum trabalho na categoria com nota superior a 7,0. A opinião dos alunos participantes é consensual. Eles acreditam que o principal problema foi os projetos terem sido executados em cima da hora. Alguns alegam que o motivo teria sido o atraso na divulgação tanto do evento quanto do briefing de informações. O prazo apertado e a falta de informações teriam dificultado a criação e o desenvolvimento das peças.

Deimes Oliveira, aluno do 3º semestre e vencedor do 1º lugar na categoria anúncio de revista acredita que “faltou divulgação, foi bem desorganizado, deixaram para divulgar o prêmio bem em cima da hora. A maioria ficou sabendo uma semana antes do prazo para entregar o projeto”.O aluno admite que seu próprio trabalho foi executado com atraso “Eu mesmo produzi a minha peça na terça que antecedeu o prêmio. Com mais tempo teria sido mais bem desenvolvido. Mas acho que faltou o pessoal se interessar mais também”.

Leonardo Renato Vicente e Sérgio Dirceu da Costa Júnior, ambos do 3º semestre, venceram a categoria outdoor e concordam que a divulgação deixou a desejar. Leonardo afirma que “deram ênfase apenas na divulgação das palestras (do Eppa)”. Sérgio acredita que o tema da campanha.“Aposte nos novos publicitários.” e as informações contidas no briefing também não ajudaram. “Foi muito abrangente e o briefing não conseguiu passar a idéia”.

Os alunos responsáveis pela organização do Prêmio Exit negam que o motivo teria sido o atraso na divulgação. Gustavo Xavier da Silva, do sétimo semestre, afirma que o briefing foi divulgado com um mês de antecedência. “Isso ocorreu no ano passado, mas neste ano nossa primeira preocupação foi divulgar o briefing um mês antes para não dar margem para esse tipo de desculpa. O que comprometeu foi a produção em cima da hora”. Bruna Gregório, também do sétimo semestre, diz que apesar de ter ocorrido certo atraso na divulgação dos cartazes dentro do Ielusc (estes foram espalhados pela instituição uma semana antes do evento), as informações sobre regulamento e tema estavam disponíveis para os alunos. “Estava tudo no site”.

Bruno Cassan e Mariê Balbino, do 5º semestre e participantes nas categorias anúncio de revista e campanha respectivamente, afirmam que essa é uma oportunidade para a instituição criticar e repreender o desempenho acadêmico dos participantes, já que segundo Mariê. “quem participou deixou pra fazer em cima da hora, e isso só mostra o desinteresse dos alunos de publicidade e propaganda”. Bruno acredita que a decisão acabou por denegrir a imagem da instituição. “Ficou feio para a faculdade, esse ano o prêmio foi aberto ao público e isso só mostrou uma imagem negativa dos alunos”.

Consumo de drogas é ignorado na noite do centro de Joinville

Caligrafia de Iolanda Dubial



Sem casa, sem emprego e sem perspectivas, moradores de rua convivem com a droga

Luiza Martin



Sob a marquise do banco Bradesco, vivem os excluídos. O espaço que ocupam tem, aproximadamente, 246 metros quadrados. A maioria dos que dormem na calçada do banco, situado na esquina da rua XV de Novembro com a Dona Francisca, é usuária de drogas. Na noite fria do dia 13 de maio, com termômetro marcando 15º, “Mc PP”, fumou crack sentado no beiral do jardim do Bradesco, sem medo de espectadores e de polícia.

Enquanto a renda per capita do Joinvilense é 18.785 reais, segundo pesquisa do Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) feita em 2005, os moradores do Bradesco não arrecadam nem 10% desse valor. A maioria perdeu a profissão por causa do vício. Dentre eles, Mc PP, que tem 28 anos, ficou desempregado há dois meses. Era garçom. Todo dinheiro que já conseguiu gastou com drogas. Cansado, Mc desabafou: “O Brasil é uma desigualdade”.

Iolanda Dubial - “Neguinha” - contou que, para comer, cata latas de alumínio e as troca por cachorro-quente ou pede por alimento nos botequins. Aos 29 anos, ela mora na rua sem a filha, Ana Carolina Dubial (uma das crianças abrigadas pelo Lar Abdom Batista). O que a fez abandonar sua casa foi a morte da mãe, Maria dos Prazeres Dubial, e saber da verdade: era filha adotiva. Moradora das cercanias do hotel Tannenhof, Iolanda se sentiu “humilhada” pela polícia que “só espanca”.

"Venha ser o rei do nosso castelo”, convida o site do hotel em que Iolanda dorme. O luxo, digno de um monarca, não se restringe apenas ao Tannenhof. O Bradesco lucrou, em 2007, a fortuna de 8 bilhões de reais, número 888 vezes maior que o PIB (Produto Interno Bruto) de Joinville (Ibge, 2005). Outro investimento lucrativo é o tráfico, que não está sujeito a impostos e possui mais de 144 pontos de distribuição em Joinville. Tal número superou o de drogarias reunidas pela lista telefônica – são 125 na lista online.

De acordo com a Policial Militar, Elaine Soares, “já não é crime usar drogas, mas traficar continua sendo”. Isso porque, usuários presos não passam muito tempo em cárcere. Sobre os moradores de rua, ela comentou que se drogam e bebem, porém nunca ameaçaram ninguém. A outra Policial de plantão, Roseléia de Sousa, concordou com Eliane e disse “não são eles que incomodam”, e sim aqueles que fingem ser pobres para conseguir dinheiro. Na ronda noturna das 19 a uma hora, o tráfico e consumo de entorpecentes não foi o alvo.

Quem observou o movimento debaixo do bilionário Bradesco, percebeu o que Silvana Vieira, empregada doméstica salientou: “a polícia não viu o tráfico”. Silvana, que esperava carona, junto ao filho, desde 18 até 21 horas, notou a presença de alguns meninos pedindo dinheiro no auto-atendimento do banco. Queriam comprar drogas. Um deles “parecia ter 11 anos, a idade de Cess Jonathan (seu filho)”, exclamou perplexa. “A maioria gosta de viver na rua”, ela afirmou. De fato, Cláudia, 18 anos, gostou de ficar na calçada do banco. Ela preferiu a rua à convivência familiar, que deixou há dez anos.



O rap de Mc PP


Não sabia que era terça-feira, 13 de maio. Ele, “Mc PP”, acordara com a mão esquerda paralisada. A falta de movimento, atribuiu às drogas. As unhas e os dentes sujos, contrastavam com as roupas que vestia. Não estavam limpas, mas bem cuidadas. Usava boné torcido para a esquerda, camisa social por cima da camiseta, calça larga e tênis.

Pediu um isqueiro ao homem que conversava com a mulher sentada dentro do “carro de reciclagem”. Conseguiu uma lata de refrigerante. Reuniu, sobre quatro furos feitos na lata, as cinzas do cigarro que fumara. Acima do resto de cigarro colocou a pedra de diâmetro menor que 5 milímetros. Acendeu a chama do isqueiro. Aproximou-o das cinzas. Depois disso disparou dez frases desconexas, confessou que fora preso por sete anos por roubo e continuou o rap:



Quarta-feira de tristeza
(que dia que é hoje?)
Muita tristeza
Num só coração
Abandono da minha família
Abandono dos meus irmãos
Mas não dá nada
Eu fico nessa solidão
O que importa é
Que Deus
Que Jesus está no meu coração
Se eu preciso de dinheiro
Ou comida
Ele nunca me deixou só
Conto uma história real para você
Ouvinte
Você que vai ler
Você tem que ter muito peito
Muita coragem para sobreviver
(...)
A vida na rua é tristeza
abandono, sofrimento

terça-feira, 13 de maio de 2008

Assinada ordem de serviço
para Via Gastronômica

Obras devem iniciar em junho e terminar em outubro



Por Ronaldo Santos





Foi assinada ontem na Associação Comercial e Industrial de Joinville (Acij) a ordem de serviço para execução das obras de reurbanização da Via Gastronômica da cidade. Elas iniciam em junho e devem terminar em outubro. Serão investidos R$ 2,09 milhões na execução da instalação da rede elétrica subterrânea. A colocação de 160 luminárias e 80 postes custará R$ 360 mil.

As promessas de mudança na Visconde de Taunay existem há mais de um ano. A retirada dos postes e a criação do sistema subterrâneo de transmissão de energia são medidas inéditas na cidade e ficarão por conta da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina). Para esta parte do projeto os recursos virão do governo estadual. A reurbanização será custeada pela prefeitura. As ações envolvem também nova pavimentação e construção de jardins, mas o valor dessas obras ainda não foi divulgado.

Hoje existem 21 bares e duas boates na rua. O gerente Maurici Schadlik, de um restaurante de comida árabe, acredita que com a mudança na via o movimento nos estabelecimentos aumentará. “Com a modificação, a rua tem mais atrativos e aumenta a curiosidade do público”, diz Schadlik. O empresário Marcos Meyer, proprietário de uma pizzaria, não sabe como será o cronograma das obras e se os bares serão afetados. “Não foi comunicado nada. Não sabemos nem se teremos que desembolsar algum valor na obra”, completou Meyer.

Os trabalhos na rua vão ser divididos em quadras. Serão sete no total. As obras começarão na rua Ministro Calógeras e vão até a avenida Juscelino Kubitschek. Os empresários da Visconde não sabem se o tráfego será desviado ou interrompido.

Alunos admitem patrocínio de
cigarros a curso do Estadão

Philip Morris apóia curso de jornalismo aplicado
Por Ingrid dos Santos Passos

Alunos do curso de jornalismo do Bom Jesus Ielusc não estranharam o patrocínio da multinacional de cigarros Philip Morris ao 19º Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado do Estadão¸ que tem inscrições abertas até o dia 1° de julho.
O patrocínio provocou a crítica do editor de meios de imprensa alternativa Gustavo Barreto. Em artigo publicado no site da revista digital NovaE (http://www.novae.inf.br/) ele questionou os interesses da Philip Morris - líder do mercado mundial de cigarros - como patrocinadora dos programas de treinamento em jornalismo dos dois maiores jornais de São Paulo - Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. Barreto pergunta: “Até que ponto a imprensa, supostamente responsável por aumentar a participação cidadã da população por meio da informação, deve fazer negócios com uma das indústrias de maior impacto social negativo para o mundo, com 5 milhões de mortes anuais e em crescimento?”. Para o jornalista, tal situação torna suspeita a relação entre veículos de comunicação - que deveriam ter papel social- e empresas que comercializam drogas.
O problema foi pouco observado pelos alunos do Ielusc. Priscila Carvalho, estudante do 3° semestre de Jornalismo, reparou na logomarca da multinacional e não viu relações entre a empresa e o curso oferecido. Outros estudantes, quando questionados sobre algo “estranho” no cartaz, referiam-se ao título “Adestramento de Focas” e quando eram direcionados ao patrocínio, desconhecem a Philip Morris. Fabiane Lima Ribeiro, também do 3°semestre de Jornalismo, julgou como “aleatório” e “inapropriado” o patrocínio.
Segundo o site do Estadão, a Philip Morris não consegue repetir no Brasil o desempenho que obtém em outros países. A participação de mercado brasileiro varia de 13% a 16%. Fica bem atrás da Souza Cruz (da British American Tobbaco), com 70% a 75%, e enfrenta a pressão de fabricantes menores que vendem cigarros baratos graças a liminares na Justiça para pagar menos impostos. Como o mercado brasileiro não cresce, o desafio é ganhar o espaço dos concorrentes.

Curso tem início em agosto

O 19º Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado do Estadão é voltado para quem está no último ano da faculdade ou se formou em 2006 e 2007. Tal curso, apelidado de “Adestramento de Focas”, foi criado em 1990 e é reconhecido como Extensão Universitária em Jornalismo pela Faculdade de Comunicações da Universidade de Navarra (Espanha). O processo de seleção, em duas etapas, é realizado no mês de agosto e o curso ocorrerá entre 1º de setembro e 5 de dezembro de 2008. Há 30 vagas para brasileiros e três para universidades do exterior.
Logo no início os alunos vão a campo produzir reportagens e acompanham a elaboração do jornal, desde a coleta da informação até a edição, produção gráfica, impressão e distribuição. Como complemento, são ministradas aulas com enfoque específico no jornalismo, a partir de temas como Filosofia, Economia, Política e Ética. Após o "adestramento", os participantes passam a fazer parte do Banco Estado de Talentos e ficam à disposição do mercado.
O ex-aluno de Jornalismo do Ielusc, Martín Fernandez, formado em 2004, foi aprovado na 16º edição do Intensivo. Atualmente, Martín é repórter da editoria de esportes do Estadão.

Caso Isabella, investigação X caso Gabrielli, esquecimento

Por Zelir da Costa

O caso da morte da menina Isabella Nardoni, de São Paulo, ocorrido no dia 29 de março, no quesito investigação, supera caso da menina Gabrielli Eichouz, de Joinville, morta no ano passado. Uma morre ao ser lança do sexto andar de um prédio, a outra afogada em pia batismal de igreja. Acidente ou assassinato?
Ouvir falar sobre este assunto na TV, nos rádios, ou até mesmo nos jornais diários, ninguém agüenta mais. O assunto já está saturado apesar precisão da mídia e dos laudos periciais, segundo o professor de cinema do Bom Jesus Ielus, Sionei Soares. O professor relata que fica evidente a diferença de abordagem tanto da polícia quanto da imprensa. Polícia muito mais preparada para investigar e a imprensa focada nos fatos.
“ A polícia de São Paulo está preocupada em achar o/ou os culpados, sem pular etapas da investigação, junto a perícia médica. Em Joinville estavam preocupados em achar um culpado, pulando etapas da investigação. Caso Isabella muita investigação, caso Gabrielli muita superficialidade ”. O professor acredita ainda que: “ A polícia daqui, está despreparada para resolver esse tipo de situação. Em são Paulo foram mais rigorosos na investigação, claro que a tecnologia favoreceu muito nos trabalhos de perícia ”. A imprensa, na opinião do cineasta, fez uma boa cobertura do assunto, aguardavam os fatos e informações da polícia para poder informar com mais precisão. A exceção veio da revista Veja que condenou por antecipação. Segundo o professor, colocaram o casal na capa da revista com uma chamada bem grande, “ Foram eles”.
Para o historiador, Gildo Monteiro de Magalhães, 44 anos, esse caso não reflete em Joinville. Casos parecidos com o de Gabrielli Eichouz e Isabella Nardoni acontecem quase todos os dias em Joinville e mundo todo. O diferencial desses dois casos é que se trata de uma menina pobre de Joinville e de uma menina de classe média alta que mora em São Paulo. Apesar de ser um historiador e gostar de história, Gildo mostrou-se cansado sobre o assunto. “ Esse assunto já deu, esperamos apenas pelo desfecho”. Segundo ele, acha que população já está cansada de ouvir sobre esse assunto. Depois da Isabella quantos outros casos de homicídios já aconteceram e nem por isso estão sendo veiculados diariamente. Já caiu no exagero, acredita.
Como todas as pessoas que tem nível superior, Alexandre Nardoni poderá ser beneficiado com o Hábeas Corpus. Isso fará com que ele aguarde o jugamento em liberdade, diferente de Anna Jatobá que não tem nível superior e aguardará na prisão. Se condenado, Alexandre perderá todos os privilégios e será tratado igualmente aos outros presos, com ou sem nível superior. ( Jornal Nacional dia 10/05/2008)
Preços da cantina
aumentam até 100%


Crise no preço mundial dos alimentos chega ao Ielusc

Por Ariane Pereira

Desde 5 de maio, passaram a vigorar os novos preços da cantina do Bom Jesus/ Ielusc. Os assados, como o croissant e o pão de batata, que antes eram vendidos a R$ 1,80, custam agora R$ 2,00. A variação média foi de 10%, mas há produtos com aumento de até 100%, como as balas 7Belo, agora vendidas a R$ 0,10 cada.
A responsável pela cantina, Maria Aparecida Nascimento Moraes, mais conhecida entre os alunos como “tia Cida”, explica que a razão do reajuste foi o aumento mundial no preço de ingredientes como o trigo e o azeite. O aluguel pago por ela pela cantina também teve reajuste este ano. Maria Aparecida preferiu não revelar o valor da locação – que “não é baixo”, afirma.
A aluna do 3º período de Jornalismo Fabiane Lima Ribeiro diz que R$ 0,20, aparentemente, é pouco, mas que se acumulado, dá muito. “Acadêmico tem dinheiro contado”, reclama. Os alunos não gostaram do aumento, mas a razão disso vem de longe: Tia Cida, que já trabalhou na lavoura, explica que há todo um processo por trás do valor dos alimentos. Se os insumos agrícolas – como os inseticidas que protegem a plantação das pragas – aumentam, o preço final do produto também irá ser alterado. O mesmo acontece quando chove demais, ou quando não chove, durante o crescimento da plantação: se há grãos de má qualidade ou pouca produção, o preço em todo o processo, desde o plantio e o transporte, até o consumidor final, aumenta.
Maria Aparecida não é dona de todos os equipamentos da cantina. A infra-estrutura pertence ao Bom Jesus/Ielusc e ela administra o negócio sem ser funcionária da instituição. Tia Cida conta que já houve um aluno do ensino superior que participava do grêmio estudantil e quis intervir no preço do aluguel, para que ela pudesse vender os alimentos a preços menores. Mas ela acha que, assim como o aumento dos preços para a comida da cantina foi repassado, o Bom Jesus/Ielusc também tem razão em aumentar o valor do aluguel.
Mesmo com preços mais altos, o movimento, segundo Maria Aparecida, não diminuiu. Alguns estudantes reclamam, mas ela os critica, dizendo que eles não vão ao supermercado e portanto “não têm noção” do aumento dos alimentos.


18 anos de Ielusc


Tia Cida começou no Bom Jesus/ Ielusc como zeladora, em 1990. Há oito anos ela administra a cantina da instituição, e até 2007 cuidava de um estabelecimento do mesmo tipo no Colégio Energia.
O acontecimento mais marcante com ela desde 2000, quando assumiu a cantina do Ielusc, foi uma ocasião em que uma professora do ensino superior, da qual prefere não revelar o nome, gritou com ela em pleno horário de intervalo e com a cantina cheia. Maria Aparecida conta que a professora, que já não trabalha mais no Ielusc, reclamou porque todas as mesas do local estavam ocupadas e não havia lugar para ela sentar. Segundo Tia Cida, a professora “deu de dedo” nela, fazendo-a sentir-se “magoada, chateada”. Ela não informou o caso à direção e diz que fica pensando no que será do ser humano daqui pra frente.

Número de bolsas no Bom Jesus/Ielusc é instisfatório

Por Débora Kellner

Os alunos do ensino superior do Bom Jesus/Ielusc reclamam da quantidade de bolsas de estudo. A faculdade oferece recursos para os alunos com carência financeira, como estágios na Revista Eletrônica do curso de Jornalismo (REVI) e na Agência Experimental de Publicidade (AEP), bolsas de pesquisa e repassa o auxílio dos governos estadual e federal do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do artigo 170.

Com quase 1000 matriculados no ensino superior, as chances de ser privilegiado com uma bolsa ou estágio são pequenas. Apenas 28 alunos da instituição receberão bolsas do artigo 170 no primeiro semestre de 2008. O índice baixo está relacionado com o porte da faculdade. E somente 6 alunos estão estagiando na Revi.
A estudante de Jornalismo Priscila Carvalho, 17 anos, foi contemplada com a bolsa do artigo 170 nos dois primeiros semestres do curso, mas no terceiro não foi aprovada. Priscila enfrenta agora dificuldade para pagar o curso. “Os passes de ônibus aumentaram e preciso me deslocar até aqui. Tenho outras despesas e precisei recorrer ao artigo 170, mas este semestre não consegui”. Como a bolsa não cobre as despesas do curso inteiro, é necessário passar por uma seleção todos os semestres. O valor do auxílio varia de 50% a 100% das mensalidades.

O ProUni beneficia estudantes com bolsas integrais e parciais. Para obtê-las, o processo acontece antes de entrar na universidade. O aluno precisa tirar uma boa nota no Enem, comprovar renda baixa e depois da matrícula passa por uma entrevista na faculdade para saber a porcentagem de sua bolsa.

Ariele Cardoso, 19 anos, cursa jornalismo e passou por todos esses processos. Tem bolsa integral do ProUni . A faculdade oferece bolsas remanescentes do ProUni quando há desistências ou transferências.

Os estágios são oferecidos pelo Bom Jesus/Ielusc para alunos de todos os cursos. Para estagiar na Revi, por exemplo, o estudante também passa por um processo seletivo onde tem que mostrar habilidades jornalísticas e por uma entrevista individual. A estágiaria Luiza Martin não foi selecionada na Revi de primeira. Desde o primeiro semestre do curso vinha tentando um estágio ou bolsa para ajudar a custear a faculdade. Neste semestre conseguiu entrar na Revi, mas critica o Bom Jesus/Ielusc por poucas bolsas. “Desde o primeiro dia de aula eu fui atrás das bolsas, e fracassei em todas as tentativas. Além da quantidade de bolsas ser pequena para a quantidade de alunos aqui na faculdade, o benefício é mal divulgado. As informações sobre bolsas são muito restritas, dependem muito mais do interesse do aluno do que da instituição”.

A divulgação dos programas de bolsas na faculdade é feita pela internet e por cartazes na instituição.

Governo prevê mudanças

De acordo com os planos do governo brasileiro, os alunos que estão no primeiro semestre podem ficar despreocupados: até 2010, o Plano Nacional de Educação deve oferecer mais 400 mil bolsas apenas para o ProUni. A intenção é aumentar o baixo índice de cobertura 12% para 30% de jovens entre 18 a 24 anos nas universidades.

Dados de 2006 apontam que dos 3,46 milhões, 30,1% pagam a faculdade com ajuda de bolsa, 8% com financiamento reembonsável e 4,2% são matriculados pelo ProUni. O governo conta também com o Programa de Financiamento Estudantil (FIES), para atingir as classes C e D.