quarta-feira, 14 de maio de 2008

120 anos da lei Áurea
e novas discussões sobre cotas

Joinville tem realidade parecida com a mostrada em pesquisa

Discussões sobre as cotas para negros em universidades brasileiras ganha novo fôlego na semana em que a lei Áurea completa 120 anos. Manifesto com mais de 400 assinaturas foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo a rejeição das ações contra as cotas. No dia 30 havia sido entregue, também ao STF, um documento intitulado “Cento e treze cidadãos anti-racistas contra as leis raciais”, criticando a política de cotas por criar uma falsa divisão entre negros e brancos.
O julgamento de ações que contestam as cotas no Prouni (Programa Universidade para Todos), e em vestibulares de universidades estaduais do Rio de Janeiro, começou no dia 2 de abril, porém foi interrompido, o voto do relator Carlos Ayres Britto foi a favor das cotas. Também nessa semana o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentou uma pesquisa mostrando que a população negra deve superar a branca ainda este ano, porém a renda deve se equiparar somente em 2040.

A realidade apontada pela pesquisa alimentou as reivindicações dos grupos a favor das cotas, segundo eles esses dados mostram que a real necessidade da classe é a igualdade no alcance a educação e capacitação, para que a concorrência no mercado de trabalho possa ser justa. O presidente do Movimento Afro do PMDB Joinville, Ideraldo Luis Marcos, explica que o projeto de lei é polêmico e que deve ser reformulado, ele comenta que uma das falhas está no cadastramento, pois o sistema disponibiliza as cotas para aqueles que se auto-declararem negros ou pardos, mesmo assim acredita que a discussão promovida pela proposta é o que tem de mais benéfico até o momento.
Para o deputado federal Carlito Merss (PT/SC), a política de cotas é uma discriminação positiva. "Esta ação é o reconhecimento de uma dívida social de décadas de segregação racial e promove um processo de aceleração da igualdade nas oportunidades. A raça negra atinge 50% da população brasileira, mas tem os piores salários, exclusão dos cargos de chefias, das vagas nas universidades e mesmo dos cargos políticos", afirmou o parlamentar.
Em Joinville, a realidade é a mesma, o negro mesmo com mestrado, doutorado, tem mais dificuldade em se tornar reitor em uma universidade por exemplo, em qualquer campo ele enfrenta uma barreira a mais que o branco para alcançar cargos de chefia, explica o líder negro do PMDB,"Mas felizmente essa relidade começa a mudar aos poucos, uma amostra disso é que até mesmo o prefeito da cidade, agora por decreto, terá de contratar pelo menos um secretário negro"
Ana Paula Moraes












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