terça-feira, 13 de maio de 2008

Preços da cantina
aumentam até 100%


Crise no preço mundial dos alimentos chega ao Ielusc

Por Ariane Pereira

Desde 5 de maio, passaram a vigorar os novos preços da cantina do Bom Jesus/ Ielusc. Os assados, como o croissant e o pão de batata, que antes eram vendidos a R$ 1,80, custam agora R$ 2,00. A variação média foi de 10%, mas há produtos com aumento de até 100%, como as balas 7Belo, agora vendidas a R$ 0,10 cada.
A responsável pela cantina, Maria Aparecida Nascimento Moraes, mais conhecida entre os alunos como “tia Cida”, explica que a razão do reajuste foi o aumento mundial no preço de ingredientes como o trigo e o azeite. O aluguel pago por ela pela cantina também teve reajuste este ano. Maria Aparecida preferiu não revelar o valor da locação – que “não é baixo”, afirma.
A aluna do 3º período de Jornalismo Fabiane Lima Ribeiro diz que R$ 0,20, aparentemente, é pouco, mas que se acumulado, dá muito. “Acadêmico tem dinheiro contado”, reclama. Os alunos não gostaram do aumento, mas a razão disso vem de longe: Tia Cida, que já trabalhou na lavoura, explica que há todo um processo por trás do valor dos alimentos. Se os insumos agrícolas – como os inseticidas que protegem a plantação das pragas – aumentam, o preço final do produto também irá ser alterado. O mesmo acontece quando chove demais, ou quando não chove, durante o crescimento da plantação: se há grãos de má qualidade ou pouca produção, o preço em todo o processo, desde o plantio e o transporte, até o consumidor final, aumenta.
Maria Aparecida não é dona de todos os equipamentos da cantina. A infra-estrutura pertence ao Bom Jesus/Ielusc e ela administra o negócio sem ser funcionária da instituição. Tia Cida conta que já houve um aluno do ensino superior que participava do grêmio estudantil e quis intervir no preço do aluguel, para que ela pudesse vender os alimentos a preços menores. Mas ela acha que, assim como o aumento dos preços para a comida da cantina foi repassado, o Bom Jesus/Ielusc também tem razão em aumentar o valor do aluguel.
Mesmo com preços mais altos, o movimento, segundo Maria Aparecida, não diminuiu. Alguns estudantes reclamam, mas ela os critica, dizendo que eles não vão ao supermercado e portanto “não têm noção” do aumento dos alimentos.


18 anos de Ielusc


Tia Cida começou no Bom Jesus/ Ielusc como zeladora, em 1990. Há oito anos ela administra a cantina da instituição, e até 2007 cuidava de um estabelecimento do mesmo tipo no Colégio Energia.
O acontecimento mais marcante com ela desde 2000, quando assumiu a cantina do Ielusc, foi uma ocasião em que uma professora do ensino superior, da qual prefere não revelar o nome, gritou com ela em pleno horário de intervalo e com a cantina cheia. Maria Aparecida conta que a professora, que já não trabalha mais no Ielusc, reclamou porque todas as mesas do local estavam ocupadas e não havia lugar para ela sentar. Segundo Tia Cida, a professora “deu de dedo” nela, fazendo-a sentir-se “magoada, chateada”. Ela não informou o caso à direção e diz que fica pensando no que será do ser humano daqui pra frente.

Nenhum comentário: