segunda-feira, 31 de março de 2008

“Revez s’il vous plâit”: sonhe, por favor



Alan Viana e Jackson Just vivem
fábula às avessas em sarau itinerante

Texto: Sandro Gomes
Fotos: Pedro Guerra

Imperceptível e espontaneamente, eles “reescreveram” o enredo de “A Cigarra e a Formiga”, uma das fábulas mais conhecidas do poeta francês La Fontaine. Suas estórias de vida encaixam-se com perfeição às personagens, porém ao avesso. De um lado a formiga, vivida pelo poeta performista Alan Viana, de 19 anos. De outro a cigarra, encarnada pelo músico e compositor Jackson Just, 40. Tudo aconteceu no dia 25 de março, durante a abertura do primeiro Sarau Itinerante, realizado no hotel Le Canard, numa promoção da Biblioteca Rolf Colin, a segunda maior do Estado.
Na obra de La Fontaine, a formiga trabalha o verão inteiro para garantir o sustento durante o inverno. Já a cigarra não pensa em outra coisa senão em cantar e dançar. Até que o inverno vem e traz o desespero, obrigando a cigarra a pedir ajuda à formiga para não morrer de fome e frio. “Eu cantava noite e dia, toda hora”, queixava-se a cigarra. “Bravo! Se cantava, dance agora”, bronqueava a formiga.
Durante o sarau, Viana declamou com maestria a versão original da fábula, em português e francês. Porém, mal sabia o poeta performista que estava prestes a transformar-se num personagem fabuloso. Por seu aspecto físico, magro e com óculos de generosas lentes, metaforicamente o jovem faz lembrar a esforçada formiga. A semelhança é mais forte no esforço e dedicação.
Autista, o garoto decorou todo o texto da apresentação numa única tarde de estudos, apesar de não dominar o idioma francês. Um minuto após a declamação, ainda emocionado com os aplausos da platéia, Viana encontrou-se com sua professora de francês. Fabiane Fiamoncini acabara de chegar e não viu o desempenho do aluno. Entre lamentos e desculpas, confirmou orgulhosa: “ele fez tudo isso em uma tarde”.
“Crônicas de um autista” marcou sua primeira apresentação no sarau, em 2006. Desde então Alan apresenta “suaves parcelas” de seu “universo”. Dedicado, passou no vestibular da Univille para Letras. Por falta de condições financeiras, não se matriculou. “Foi tempo perdido”, disse. Mesmo assim, feito a formiga que nunca desiste, ensina: “Revez s’il vouz plâit”, ou seja, “sonhe, por favor”.

A vez da cigarra


Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que Alan Viana declamava, no fundo do auditório do Le Canard o músico e compositor Jackson Just dava entrevista sobre o bom momento que vive em sua carreira. Feito a cigarra de La Fontaine, ele também “dançou”, porém de felicidade. Aos 40 anos, foi o primeiro colocado no Canta Giro, terceiro maior festival de música da Itália, onde reside atualmente.
Jackson nem precisou bater no formigueiro para receber ajuda. O prêmio caiu do céu. Como faz há anos, ele cantava em uma casa de show na cidade italiana de Belluno. Na platéia, o compositor Carmine Caprera o observava. Ele gostou do estilo de Jackson e após a apresentação disse que presentearia o joinvillense com uma composição especial, para que participasse do festival.
A música era Cerca L’amore - À procura do amor. Jackson cantou e ganhou. A conquista saiu em matéria especial na revista internacional Free Time, nas páginas centrais, em duas edições consecutivas. Graças ao feito, ocorrido em agosto de 2007, o músico foi convidado para participar do Festival San Remo, o principal da Itália, realizado no dia 28 de fevereiro.
Com o sorriso nas antenas, Jackson veio a Joinville para passar a Páscoa com a família e ajustar detalhes na gravação de um Cd em italiano, com 12 canções inéditas, no qual irá investir R$ 75 mil. Uma das compositoras é Mariela Nava, que compôs Per Amore, gravada por Zizi Possi.
Nesta terça-feira, 1° de abril, ele retorna à Itália, onde divide seu tempo entre a música e o trabalho numa agência de recursos humanos que representa brasileiros. Para mais informações sobre a cigarra, digo, músico, acesse o site www.jacksonjust.com.br.

Mais artistas - Além da fábula às avessas protagonizada por Jackson e Alan, outras atrações foram oferecidas ao público. A Sociedade Lírica de Joinville trouxe uma dança folclórica alemã. Na seqüência foi a vez da alma sensível de Angelina Domingues expor seu dom para a poesia. Ilka Denk, fundadora da Aplaj - Associação dos Artistas Plásticos de Joinville falou sobre suas andanças pelo Brasil e o fotógrafo autodidata Jorge Silva recobriu uma parede do auditório com algumas de suas películas. Em abril o sarau será realizado no Circollo Italiano; em maio, provavelmente na Sociedade Lírica, com ênfase à cultura germânica e em junho no Kibe’s, apenas sobre a cultura árabe.


Grande biblioteca
Com 47 mil livros e cerca de 600 visitantes diários, a Biblioteca Rolf Colim é a segunda maior de Santa Catarina. Perde apenas para a Biblioteca Pública de Santa Catarina, de Florianópolis. Fazer a divulgação do acervo é um dos objetivos do Sarau Itinerante, que pela primeira vez acontece num espaço alternativo, conforme a coordenadora Alcione Pauli.
Desde 2003 o evento é realizado nas dependências da biblioteca, com a participação de parceiros como Circollo Italiano, Fundação Cultural, Aliança Francesa, Casa da Cultura, entre outros. “O sarau também é uma forma de fomentar a cultura e até mesmo a própria leitura”, diz Alcione.
Alcione reconhece que no acervo da Rolf Colin há livros-mofos, mas que mesmo entre estes há muita coisa boa. “Tem gente que vem de Florianópolis para pesquisar em nossa biblioteca, que é referência em filosofia e história, por exemplo”, afirma. Já o diretor da biblioteca, Reginaldo Jorge, lembra que cada leitor pode tirar até quatro livros por dia.

Borboleta triste
“O Sino” chegou ao hotel Le Canard às 19h45, 15 minutos antes de iniciar a programação do sarau. Na recepção do hotel, duas jovens com trajes germânicos aguardavam a chegada do restante de seu grupo, da Sociedade Lírica, outra atração da noite. Dezoito degraus abaixo, nula ante-sala, visitantes assinavam o livro de presença. Entre elas uma jovem com uma borboleta tatuada nas costas. Rosemeri Alves de Castro, da Biblioteca Rolf Colin, recepcionou a reportagem. Logo uma figura exótica apareceu: “Eu vi o e-mail e me organizei”, disse Cid Santana, um “amadoristicamente declamador”, como ele se auto-intitula. “Você não imagina como estou feliz com a sua presença em nosso primeiro sarau”, disse Rosemeri ao declamador. “Queria ter pescado um poema, em francês; um Vitor Hugo...”, respondeu Cid, com ar descontente por apenas estar na platéia.
Foto 1 - Alan Viana interpreta a fábula "A Cigarra e a Formiga", de La Fontaine
Foto 2 - Jackson Just exibe matéria publicada nas páginas centrais da revista Free Time, sobre sua conquista no festival Canta Giro
Foto 3 - Reginaldo Jorge e Alcione Pauli, da biblioteca Rolf Colin, recepcionaram os visitantes

O Cartão-postal transformado em ponto de tráfico.

Por Carolina Raquel da Veiga


O consumo e a venda de drogas ilícitas é o que o morador de Joinville ou o turista encontrará ao visitar a Rua das Palmeiras durante a noite. Três mulheres em uma das residências abandonadas na lateral da Rua ilustram essa situação. Uma delas falou que vai ao local, às vezes, apenas para conversar com amigas, que estavam “fumando um baseado” na hora e que “não briga com ninguém”, enquanto a outra preparava, sem constrangimento, o alumínio que seria utilizado para consumir o crack.
A terceira, chamada Lívia declarou: “Moro na rua porque meu marido me trocou por outra. Estou grávida. Não faço mal pra ninguém. Só dormi duas noites nessa casa. Quando não estou aqui durmo na praça, nos bancos. Se ele me buscar paro de usar por eles, por meus filhos e por meu marido”.
Apesar da situação o cartão postal ainda é ponto de encontro de namorados e amigos, e serve também como ponto do comércio, já que se localiza na região central da cidade. Há uma galeria de lojas na lateral, onde são encontradas lojas de vestuário, de bijuterias e semi-jóias, lanchonetes, esotéricas e um salão de beleza.
O casal Luan Michel Trento, 20 anos, e Graziele dos Santos Rieper, 19 anos, disse achar desconfortável dividir o ponto turístico com traficantes e dependentes químicos. Sentem-se inseguros, já presenciaram brigas entre os usuários e viram pessoas sendo presas em batidas policiais.
Josiane do Rosário, 37 anos, tem um salão de beleza na lateral da Rua das Palmeiras e reclama da falta de segurança durante a noite. Diz que quando o salão fica aberto até tarde sente-se insegura, uma vez que sua porta é voltada diretamente para a Rua, que tem pouca iluminação. O consumo de drogas é visível e quando perguntada sobre o policiamento, Josiane disse ter visto o GRT (Grupo de Respostas Tática) somente durante o dia quando, segundo ela, o tráfico e o consumo não acontecem. João Antonio Vieira, 60 anos, é gari e trabalha durante a noite no local. Disse que nos três anos que está ali viu adolescentes bebendo e fumando. Acha seguro trabalhar sozinho e se incomoda apenas com a falta de respeito dos jovens. Falou que nunca foi agredido, mas que já foi “enfrentado” por um deles. Contudo, assegura que quando tem algum problema telefona para o GRT. João falou que, durante seu turno, que é das 13h30 até as 21h40, o patrulhamento policial ocorre duas vezes.
Durante o dia, é visível a presença de policiais na região próxima, no entanto, eles passam pelos extremos da Rua, na transversal, Rua do Príncipe. Já à noite existem poucos policias na Rua das Palmeiras; como durante o dia, eles ficam apenas na transversal e não entram no ponto turístico.
Foto Sared

sexta-feira, 28 de março de 2008

Maconha em campus universitário

Por Joana Paterno
Fotos: Marcos do Valle
“O álcool mata bancado pelo código penal, onde quem fuma maconha é que é marginal e por que não legalizar?”, dizia Marcelo D2 em sua letra polêmica quando ainda era integrante do Planet Hemp. Nessa semana foram encontrados cinco pés de maconha dentro do campus da Universidade Federal de Santa Catarina. A droga tinha aproximadamente 45 centímetros de altura e ainda não foram encontrados indícios de quem possa ter cultivado o entorpecente.


Legalizada ou não a maconha ainda é leque para muitos debates. “Isso é notícia?”, questiona a mestre em história cultural Valdete Daufemback, alegando que esse tipo de problema sempre acontece. A professora de sociologia afirma que se a droga não fosse ilegal o consumo não mudaria. “Legalizada, o uso seria igual ao cigarro, assim o governo cobraria impostos em cima da venda”. Quando a questão foi sobre a circulação da maconha no campus do Bom Jesus/Ielusc, Valdete disse que não poderia responder, alegando que não sabe se já sentiu o cheiro da droga dentro da instituição.



Há 18 anos trabalhando na faculdade o porteiro Neri Pereira disse que nunca presenciou nenhum caso de alunos com entorpecentes durante seu expediente e muito menos o cultivo da droga. “Só se eu plantasse”, afirmou aos risos o tio Neri, como é conhecido pelos estudantes. Ele ainda declarou que se eventualmente encontrasse algum aluno drogado dentro da instituição o encaminharia aos seus pais e a uma entidade. “A melhor forma de se encontrar ajuda é conversando com os responsáveis pelo estudante e procurando um grupo de apoio”, conclui o porteiro.


Estudante e estagiário de comunicação R.S.T, 21 anos confessa ser usuário de maconha desde os 13 anos. “Comecei por pura curiosidade com alguns amigos mais velhos”, afirma o acadêmico. “Aos 14 anos na oitava série eu era o único que fumava na minha classe”. Ao responder sobre os pés de maconha encontrados na UFSC, R. disse que já cultivou uma muda de 75 centímetros em seu apartamento e depois a usou. O estudante alega que a droga é uma forma de interação com as pessoas, “Numa roda de amigos quando estamos fumando, a gente conversa sobre tudo e acabamos nos conhecendo melhor”. R. ainda revelou que tem medo do preconceito em torno do uso do entorpecente. “Tenho medo que me julguem errado, uso a maconha com consciência”.

Foto I : "Não posso afirmar", disse Valdete ao responder se já sentiu cheiro da droga na instituição.
Foto II: Tio Neri afirma que nunca houve casos de alunos drogados na faculdade

quinta-feira, 27 de março de 2008

Tigre/Unisul vai decidir o título do 4º torneio da superliga de vôlei

De virada time de Joinville venceu a Cimed e decide o 4º torneio Domingo, em Minas Gerais.

Texto: Sérgio Luiz Lourenço
Fotos: Jéssikha Todt

Mais de 3000 mil torcedores invadiram a “Toca da Fera” (Ginásio de esportes da Tigre), em Joiville para assistir a vitória da Tigre/Unisul por 3 x 0 no clássico de ontem contra a CIMED de florianópolis pela Superliga de Vôlei masculino. A equipe do técnico Giovane Gávio garantiu a primeira posição na chave B, na primeira fase do torneio, e decide no domingo, às 10h, em Betim (MG) o título de melhor equipe do 4º torneio contra o Sada Betim. Empurrada pela torcida que lotou o ginásio, a Tigre/Unisul tentou impor seu ritmo de jogo, mas a CIMED, do levantador Bruninho (jogador da seleção e filho do técnico Bernardinho), foi melhor em quadra e venceu o primeiro set em 35 minutos, por 28 a 26.
Sem a mesma atuação da primeira etapa, a Tigre/Unisul voltou para o segundo set errando muito e em 28 minutos a CIMED fez 25 a 20. Quando tudo parecia estar se encaminhando para mais uma vitória do líder da competição, a equipe Joinvilense iniciou a reação. Mais vibrante que nos sets anteriores, e com uma ótima atuação do jogador Clint, 20 anos, a tigre/Unisul venceu o terceiro set por 25 a 23 em 36 minutos. Foi o set mais longo e equilibrado da partida. Com a reação da equipe de Joinville e a queda de rendimento dos representantes da capital, o técnico Marcos Pacheco fez mudanças tirando de quadra titulares como o levantador Bruninho. As alterações na CIMED não foram o suficiente, e a equipe da casa venceu o quarto set por 25 a 12 em 23 minutos, e levou a partida para o “Tie Break”.
O set que decidiu o jogo foi o mais emocionante. Com a torcida gritando sem parar o nome do time, a Tigre/Unisul chegou a estar atrás no marcador. A equipe joinvilense fechou o quarto set em 15 a 12 e venceu a partida de virada por 3 a 2. Outro destaque da partida foi o atacante de ponta Leozão. Ele fez 24 pontos, praticamente um set e recebeu da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), o troféu “Viva Vôlei”. O prêmio é dado ao jogador mais eficiente em quadra. A torcida que vibrou a cada lance, invadiu a quadra e comemorou com os jogadores a vitória. O resultado foi mais um passo rumo ao objetivo inicial do projeto que é terminar o campeonato entre os quatro melhores. “É preciso comemorar sim, mas com os pés no chão” disse o técnico Giovane.
De acordo com o diretor de marketing da Tigre, Osvaldo Coni, 42 anos, o projeto que iniciou em julho de 2007 já superou todas as expectativas. “Conseguimos trazer uma atividade para o município” afirmou. O projeto também tem um fim social. Já foram arrecadados aproximadamente 7 toneladas de alimentos e agasalhos que serão distribuídos entre as entidades assistidas pelo Instituto Carlos Alberto Hansen. Coni explica que a empresa esta investindo por temporada, R$ 1,2 milhões na equipe. “Sem contar os gastos em infra-estrutura” disse. “Esse é o primeiro ano. Queremos ser campeões da superliga”.


foto 1 - Bloqueio um dos pontos forte do Joinville.
foto 2 - Giovane comemora mais uma vitória da Tigre/Unisul


quarta-feira, 26 de março de 2008

Curta nos Bairros agregou 49 membros no Vila Nova

Oficina passou por dois bairros e este é o maior grupo de interessados em produção cinematográfica de identidade
Cooperativa desativada


Texto por Luiza Martin
Fotos por Jean Ricardo e Luiza Martin

Perdido no tempo e na rua XV de novembro está o esqueleto do que foi a Cooperativa de benediciamento do Arroz Vila Nova. Rodeado por loteamentos, ficou ilhado pelo crescimento urbano. Como células cancerígenas, as habitações e o comércio crescem deslocando a zona rural. A disputa entre cidade e campo é característica forte do bairro cogitada, dia 25, como assunto por alguns dos 49 participantes. Eles decidirão o que retratar no filme de curta duração, que deve condensar a identidade das pessoas que vivem no Vila.

Aos 53 anos de vida e de Vila Nova, Ivonete Diva Felippi assistiu a mudanças, que a fizeram dizer: “todos nos conhecíamos antes do Boom”. O crescimento repentino despertou nela desejo de mostrar às gerações futuras a história do lugar onde nasceu. Orientada pela equipe de oito pessoas, reunida por iniciativa da Fundação Cultural de Joinville na Escola Municipal Valentin João da Rocha, Ivonete terá contato com: produção (cenários, figurinos, maquiagem), técnica (edição, roteiro), fotografia (luzes, tomadas, ângulos), escolha de elenco e outros elementos da construção de um filme.

O Coordenador de artes da Fundação, Luciano Costa Pereira, também coordena o projeto Curta nos Bairros e sete profissionais do cinema envolvidos na produção. Dois trabalhos já foram concluídos. O primeiro, o Morro do Amaral foi representado pelos pescadores e o Itinga exibirá “A lição” dia 27 de março na sede da AMORABI. O segundo não se baseou na linha que Luciano disse ser “trabalhar a identidade do bairro”, mas teve vínculos com a realidade – a história da protagonista é baseada na de uma menina do Itinga.

Três alunos da 8ºC da Valentin já sabiam o que queriam fazer. Bruna Correia pretendeu atuar. Pedro Puhl e Marcelo Ribeiro Silva mostraram afinidade com câmeras. Outro interessado na fotografia foi Vinícios Daltrozo da 7ºA. É cedo para certezas. Exercícios serão feitos em grupos antes das filmagens do dia 5 de abril. Até lá, os papéis estarão definidos pela afinidade e habilidade dos membros e pelos diretores (os sete profissionais da equipe).

Não só alunos participam da oficina. Há diversos interesses envolvidos, inclusive os pessoais e profissionais do policial militar, Rolf Wolfgang Hendl. Ele almeja saber como se faz um filme, afim de aplicar conhecimento em vídeos de palestras educativas e documentários das trilhas que faz por lazer. Já Airton Brazo, marceneiro, usará as noções de atuação que aprenderá para aperfeiçoar os teatros organizados na igreja que freqüenta.

A quantidade e diversidade entre membros da oficina geram dificuldades na organização das funções de cada um. Os 49 tiveram primeira experiência teórica hoje. Ela funcionará como “seleção natural” – só os que se julgarem aptos continuarão. Caso o número se mantenha ou mais pessoas se interessem, a coordenação administrará o roteiro de forma que todos participem. A sinopse e o argumento se definirão amanhã, dia 26, dando início ao roteiro técnico que será produzido por um dos profissionais.



A equipe, os profissionais, os diretores

“Não Ficar escravo da imagem nesse mundo de informação audiovisual” é o benefício que Brian Hagmann imagina proporcionar. Ele é graduado em cinema pela FAAP e responsável por adaptar sinopse e argumento à linguagem técnica do roteiro. Um lugar que o encantou e oferece possibilidades para produção de gêneros variados de histórias (do terror, ao romance) é a cooperativa desativada pelo abaixo assinado de moradores incomodados com a poluição em conseqüência da palha de arroz queimada. Mas nada foi definido ainda. Passada a etapa de preparação, vem a de pré-produção, que conta com a única mulher da equipe, Mari Silveira. Ela integrou, em 1989, a produção do clipe da música Burguesia, interpretada por Cazuza e trabalha como radialista. Mari quer ensinar eficiência aos participantes da oficina, nas três etapas: pré-produção, gravação e desprodução (devolução de equipamentos e objetos; reconstituição das locações). Depois de roteiro e personagens definidos Cristóvão Petry preparará o elenco, trabalhando a sintonia entre diretor, câmera e ator.

A experiência de Henrique Tobal Neto, que teve seu nome nos créditos de vários longas e curtas (Novembrada, Desterro, Ponte Hercílio Luz, Roda dos expostos, Um tiro na asa e “O antropólogo”, este a ser lançado no Festival de Gramado), será emprestada para a direção fotográfica. Tobal comandará as Hand câmeras (câmeras de mão) conduzidas pelos aprendizes. Luzes, microfones, câmeras e até travelling (usado em filmagens, cuja câmera acompanha o movimento da cena através de trilhos) são equipamentos utilizados, já alugados com a produtora Intervalo Filmes. Dois integrantes da produtora, independentes dela na iniciativa, Roger Luciano dos Santos e Júlio May, ajudarão. Júlio, estudante de publicidade no Ielusc, é produtor de set. Roger, publicitário formado pela UniCruz (RS), dirigirá as cenas e comandará a edição. O material será, em parte, editado na companhia dos membros. Articulando todas as etapas de produção, o cineasta Rodrigo Falk Brum contribuirá como diretor. Nesse mesmo cargo, Rodrigo levou, ao Clube de cinema do Ielusc, a pré-estréia do curta “Sob o céu de Joinville”, sem relações com a oficina, no dia oito de março.



Foto 2: Aula teórica com cinco dos membros da equipe de pé à frente do público

Foto 3: "Hand Cam" exibindo vídeo dos bastidores

Créditos: Jean Ricardo

Quanto custa morar longe?

Texto: Priscila Farias Carvalho

Fotos: Jeferson Luiz

A Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc recebe alunos de muitas cidades vizinhas como o grupo de Jornalismo e Publicidade e Propaganda que vêm todo dia de Jaraguá do Sul, São Francisco do Sul, Garuva e até de Rio Negrinho. Alguns desses estudantes chegam a pagar R$ 270, quase a metade do valor da mensalidade do curso de Jornalismo, que é R$ 626.


Dentre os que partem de São Francisco do Sul, estão os alunos de Jornalismo, Gisele Pimpão, e Publicidade, Nahuana Souza e Cristina Barbosa. Entre os que provêm de Jaraguá do Sul, Débora Kellner e Cláudio Renan Pereira (Jornalismo). Os outros aventureiros são de Rio Negrinho, Jean Carlos Knetschik, e de Garuva, Gisele Krama, ambos de Jornalismo. Todos estão no 3º semestre.



Gisele Pimpão, 18 anos, relata sua rotina: “É dificultoso. Trabalho das 13h às 17h30min, e nem troco de roupa.” Gisele sai de São Francisco do Sul depois do expediente e vem para a faculdade. Chega minutos antes das 19h e retorna para casa à meia-noite. Para ela, que trabalha na assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de São Chico, só as aulas no sábado incomodam, pois precisa dormir na casa de algum colega ou amigo. Queixa-se: “Perco o clube de cinema, festas, não aproveito o meu tempo”. O valor do ônibus é originalmente R$ 290. Como ganha desconto, paga R$ 130 para o percurso de 70 km.


Débora Kellner, 20 e Claúdio Renan, 21, moram em Jaraguá e ambos têm idéias parecidas. Durante o dia, Débora trabalha com tratamento de imagens num estúdio fotográfico da cidade. À noite vem à Joinville de carro com a mãe. Acha que é “muito estressante” estudar e trabalhar. Antes ela cursava Jornalismo em Itajaí, eram quase 2h de viagem. Joinville é um pouco mais perto de

Jaraguá, dá aproximadamente 1h. Considera o percurso “um tempo perdido.” Já para Cláudio a maratona... “é uma merda”. “Não gosto disso”, reclama. É assessor da Câmara de Vereadores de Jaraguá. Ele perde umas 3h por dia na viagem de ônibus, mas está feliz com o curso.

Presidente do DACS (Diretório Acadêmico de Comunicação Social), Jean Carlos Knetschik, 24, mora em Rio Negrinho e diz estar “acostumado com a rotina”. Trabalha no jornal Gazeta de São Bento e numa rádio local. Às vezes se arrisca vindo de motocicleta, mas geralmente é pelo ônibus que opta. Paga R$ 270, sem desconto. R$ 70 só para o trecho de Rio Negrinho a São Bento do Sul. Jean percorre de Rio Negrinho a Joinville, aproximadamente, 100 km.


Testemunha das dificuldades de quem tem que viajar para estudar, Gisele Krama, 21, resume essa experiência a três coisas: “É muito cansativo, perigoso e caro.” Alega que já foi esquecida pela van que a conduzia, presenciou acidentes e enfrentou problemas com o veículo. Agora utiliza ônibus e gasta 30min de viagem. Ela paga R$ 130 com desconto, concedido pela UGE (União Garuvense de Estudantes). O valor integral é R$ 200. “Em Itapoá o ônibus é gratuito. Como eles não têm condições de suportar uma faculdade, qualquer estudante que queira fazer faculdade tem ônibus disponível pela prefeitura”, observa.

Muitos estranhamente gostam dessa loucura. Cristina Barbosa, 23, mora em São Francisco e admite: “É muito animado. Converso com todo o mundo. Eu adoro.” Ela vem de ônibus para a faculdade e não liga para o trânsito lento que às vezes enfrenta. A colega de Cristina, Nahuana Souza, 20, florista, afirma: “A única coisa ruim é estudar aos sábados”, diz a estudante que ama São Francisco e nem pensa em morar em Joinville.

Pizza todo o mês, agrado para poucos

Motoristas de van têm história pra contar. É o caso de Mauri Corrêa, 51. Seu Mauri, é velho conhecido dos estudantes que vêm de Jaraguá de van. Durante o dia ele conduz funcionários da WEG e à noite traz 15 alunos para o Bom Jesus. Enquanto os clientes estudam, ela aguarda na guarita do Tio Neri e, entre um bate papo ou outro - quando bate a fome - vai até o Shopping Cidade das Flores e faz um lanchinho. Ele já se acostumou com a rotina e até brinca: “De vez em quando, pago uma pizza pro pessoal da van. É bom pra se conhecerem.”

Legendas
Foto 1: Gisele mora em São Francisco do Sul e vem todo dia a Jonville para estudar.
Foto 2: Cláudio perde três horas na ida e volta de Jaraguá do Sul.
Foto 3: A jaraguaense Débora divide as despesas do carro com a mãe e mais 3 amigos.
Foto 4: Rio Negrinho, como é conhecido Jean, trabalha num jornal local de manhã e a tarde numa rádio.
Foto 5: Estudante de Publicidade, Cristina vem animando o pessoal no ônibus e não reclama da distância.

Espaço dinâmico e acolhedor para a biblioteca Castro Alves


Por Jacqueline Vasconcellos



Maria da Luz Hack Machado, 47 anos, que trabalha há 10 anos na biblioteca Castro Alves, declarou com exclusividade ao jornal Sino sobre a reforma interna realizada no mês de janeiro desse ano. A obra durou 15 dias e permitiu otimizar melhor o ambiente com a criação de uma sala de estudos individual, sala pequena para vídeo, corredor espaçoso e melhor distribuição das estantes que permitiu o acréscimo de mais quatro delas. A unidade central de 420m² ganhou ainda um espaço mais ventilado lá no fundo do corredor com a derrubada de uma parede. Maria afirmou que “os alunos e professores já notaram a diferença e têm elogiado bastante”. Os alunos conseguem circular com maior facilidade entre as estantes e a sala para estudos, mais reservada, permite momentos de leitura e trabalho para o uso de notebook, inclusive.

Daniela de Jesus do Canto, 20 anos, cursa o 5º semestre de Jornalismo e comentou: “a reforma da biblioteca ficou boa, mais acessível, mais ampla.” O ambiente, mais atraente e acolhedor, permitiu vir com mais freqüência na busca de livros sobre música popular brasileira que é sua maior paixão.

O acervo da unidade central possui 15 mil títulos e as novas aquisições estão expostas logo na entrada da biblioteca. Os professores sugerem novos títulos a cada semestre e, à medida que vão chegando, imediatamente são catalogados e inseridos no banco de dados disponível na internet. Todas as unidades da Biblioteca Castro Alves são interligadas – unidade central, unidade Saguaçu I e III — e o usuário poderá retirar os livros de seu interesse em qualquer uma das unidades.

O professor dos cursos de Publicidade e Jornalismo, Gleber Pieniz, 34 anos, comentou que “esta é a primeira vez que estou sentado próximo ao local que tem acesso a uma boa ventilação”. Acho ótimo porque o “acervo precisa respirar”! Ao falar da nova disposição, o professor considerou que o espaço de trabalho melhorou muito. “Até mesmo visualizar alunos e colegas que estão trabalhando”, complementa. Outro aspecto relevante é que o ambiente mais espaçoso, com mais prateleiras sinaliza que o “acervo está crescendo”. E conclui dizendo: “parte dos títulos novos técnicos e literários têm minha contribuição!”



Foto 1: Maria, coordenadora da Biblioteca Castro Alves.
Foto 2: Profº Gleber e as novas aquisições.
Crédito: Jenifer Martins

Por quem o sino da Igreja da Paz badala?

Texto Jean Carlos Knetschik
Fotos Jacson Almeida

Torre guarda sino da Igreja da Paz desde 1892 Mesmo com o relógio quase sempre atrasado ou adiantado, o sino da Igreja da Paz, no pátio do Bom Jesus Ielusc, badala a cada 15 minutos. Nas terças-feiras, ele toca incessantemente para anunciar o início do culto. Sempre às 18 horas do terceiro dia da semana, o barulho atrapalha o atendimento na secretaria da faculdade. Entre alunos e funcionários a opinião, muitas vezes, é a mesma: o sino é um incômodo. Já para os adeptos da comunidade luterana, o sino representa toda uma história.

A Igreja da Paz só recebeu a instalação da torre com o sino em 1892, três anos após a proclamação da República. Até então, a religião oficial era a católica, da qual o imperador era adepto. As demais religiões não podiam ter templos com aparência de igreja, com torres e sinos.

Em 1890 se formou uma comissão em prol da construção da torre com o sino. Até a inauguração, por duas vezes a torre foi atingida por raios, o que motivou a colocação de pára-raios. No início, a altura da torre era de 27 metros e a inauguração ocorreu em 18 de dezembro de 1892.

Nove anos mais tarde surgiu a idéia de acrescentar um relógio. Para isso, o telhado precisou de uma nova estrutura. Adquirido diretamente da Alemanha, o relógio possui 1,75 metro de diâmetro e, inaugurado em 10 de fevereiro de 1908, funciona até hoje, mesmo que quase sempre fora do horário oficial de Brasília.

Há um ano trabalhando na secretaria do Ielusc, Cláudia Roberto, 34 anos, destaca que, depois de algumas semanas, o barulho do sino não incomoda mais. “Já estamos acostumadas”, afirma. Já para a companheira de trabalho Bruna Ladeira, 23, mesmo estando há três anos na função as badaladas das 18 h de toda terça-feira atrapalha o atendimento. “Temos que aumentar o tom de voz por causa do barulho”, frisa.
Estudantes divergem sobre importância e incômodo causado pelas badaladas do sino
Felipe Silveira, 22, é o Relações Públicas do Diretório Acadêmico de Comunicação Social Cruz e Souza (Dacs), do Ielusc. Um dos poucos estudantes que já entraram na torre que guarda o sino, ele conta: “O sino tem mais ou menos um metro e trinta de altura, a boca tem sessenta centímetros de diâmetro e ele é preto”. Ele concorda que o barulho do badalo atrapalha, especialmente durante as aulas. O som a cada hora tira a atenção tanto do professor quanto do aluno, segundo o estudante. Mesmo assim, acompanha o horário, muitas vezes, pelo badalo.
Estudante do 5º semestre de jornalismo, Francine Hellmann (19) remete o sino ao trem que passa por Joinville, quase num tom saudosista. Apesar da pouca idade, analisa como os joinvilenses não se lembram de ouvir o sino, ou mesmo de dar valor para o trem por toda história que os dois carregam consigo.

Pastor Ari: 'Só há dois órgãos como o desta igreja em todo o Brasil'
Além do sino, outra relíquia presente nas dependências da Igreja da Paz é o órgão com 579 tubos. “Iguais a este, só dois em todo o Brasil”, revela o pastor Ari Knebelkamp. Adquirido no primeiro dia de dezembro de 1911, o instrumento ainda é utilizado e, nesta semana, voltou de uma reforma cujo orçamento não saiu por menos de R$ 167 mil. Munido de um organol, toca sozinho cerca de 300 músicas, instaladas ali há quase 100 anos. Após a reforma, o acesso ao órgão e, consequentemente, ao sino, ficou restrito e apenas duas pessoas possuem as chaves das portas.

Em busca do sino


Cheguei ao Ielusc cerca de 10 minutos antes das 19 h de terça-feira, dia 25 de março. Logo o sino da Igreja da Paz anunciou as sete badaladas indicando o início da aula. Não sabia, mas quele sino seria a minha pauta para aquela noite.
Em sala, os repórteres pegavam os assuntos a serem abordados e saíam. No quadro, nada muito interessante, aparentemente. Resolvi não sair do campus e focar minha atenção para um assunto que poderia render uma bela matéria: o bendito sino da igreja.

Duas semanas antes, ele já tinha sido tema de discussão numa aula de Semiótica, do professor Gleber Pienez. Pensei que poderia resultar em algo interessante. Isso até pegar a pauta de duas linhas escrita pelo colega Sandro Gomes. A frase falava sobre um sino que um dia rendeu uma boa matéria. Curioso, se houvesse informações sobre possíveis fontes a entrevistar, mas ela trazia o mesmo que: “fizemos uma matéria com um gari, ficou legal”.
Não pestanejei diante do professor e fui à luta. Convenci o fotógrafo Jacson Almeida a me acompanhar na aventura, na esperança de tirar boas fotos do sino e do órgão da igreja, também era mencionado na pauta como “power ranger”. Infelizmente, a única pessoa que detinha a chave para nos levar até o sino e o órgão não se encontrava nas dependências luteranas desde as 18 horas.
Conversamos então com a esposa do pastor Ari Knebelkamp, a qual nos cedeu o telefone da portadora da chave. Ligamos. Ninguém em casa. Conseguimos o telefone de um ex-pastor que poderia nos ajudar. Também não atendeu, mas ligou no meu celular horas mais tarde achando que era a babá de seu filho. Tanto ele como eu ficamos sem falar com quem queríamos no momento em que precisávamos.
Quem poderia me informar sobre o sino? O homem mais poderoso do Ielusc, o reitor Tito Lívio Lerma estava em Florianópolis. Não nos restou alternativa senão apelar. Meu amigo Jacson disse ter ficado “meio de cara” quando conversei com o pastor Ari e informei que só ele poderia nos ajudar, segundo a portadora da chave, professora Cládis. Detalhe é que nem tinha falado com ela por telefone, ou mesmo sabia de quem se tratava, só sabia que nã era a esposa do reitor Tito. Achei que não teria problema apenas tirar uma ou duas fotos do sino e do órgão. Nas palavras que utilizei: “Ela disse que era para falar com o senhor”.

A desculpa colou e ele nos levaria rapidamente até a torre da igreja. O pastor abriu a primeira porta, mas da segunda não tinha chave. Ficamos sem matéria e, para piorar, a bateria da câmera estava no fim. “Só falta isso me acabar lá em cima”, disse Jacson, ao que respondi: “Cara, se isso falhar eu te jogo com câmera e tudo lá de cima”.
Como sou a calma em pessoa, logo perguntei quem teria de assassinar para conseguir uma foto decente do sino e do órgão. No final, o que nos restou foi entrevistar os estudantes e usar as fotos deles na matéria, além da torre por fora. E eu, que queria caminhar pouco, acredito ter andado algum quilômetro dentro da instituição para conseguir uma matéria com pouquíssimas informações, em que a história da busca por esses detalhes, rendeu um texto melhor do que o próprio tema sugerido pelo pauteiro.

Bombeiros voluntários: "Prevenir é melhor que remediar"

Por Cesar Augusto

Fotos de Gisele Krama


A elaboração de cartilhas e campanhas de prevenção serão os grandes investimentos do Corpo de Bombeiro Voluntário de Joinville em 2008. A medida é por causa dos grandes índices de ocorrências, principalmente, de pré-hospitalares, que atingiram cerca de 23 chamados ao dia, em 2007, a maior parte, envolveram motocicletas.

Há muito tempo se discuti medidas para diminuir os números de acidentes no trânsito de Joinville, e o Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville prepara ações educativas, a fim de reduzir seus atendimentos e contribuir para abaixar essas estatísticas.

A corporação centenária estará investindo em campanhas educativas de prevenção de acidentes, que segundo o coordenador dos bombeiros, Odair Candido, 34 anos, complementaram o conhecimento da população sobre os perigos e os meios de evitar essas ocorrências.

“A população está bem consciente dos riscos, hoje em dia, mas se ganha muito em cima da prevenção” comenta o coordenador. Ainda de acordo com Candido, os altos índices de ocorrência com motocicletas, dão-se “pelo grande aumento de veículos e das imprudências ocorridas nas ruas, por partes dos condutores”, e esses casos ocorrem com maiores freqüencias entre os dias 1° e 10 de cada mês, "devido a grande movimentação de funcionários, para irem a bancos, efetuarem saques e pagamentos de contas".

Odair está na corporação há 20 anos, e afirma que mesmo com tanta prevenção, ocorrem chamados graves, para isso, “o socorristas tem que estar bem preparado”. Perguntado sobre as ocorrências que mais o comoveram, ele foi realista, e disse que “toda ocorrência que oferece o risco de vida, quando interferida por um bombeiro, fazendo com que aquela pessoa sobreviva, tem que ser reconhecida”.

Para ajudar nos atendimentos, o Corpo de Bombeiro estará formando mais um grupo de bombeiros. Cerca de 35 pessoas estarão sendo treinadas para atuar nas áreas de primeiros socorros, combate a incêndio, salvamento em altura e aquático, entre outras funções.
Outra aposta dos bombeiros é na educação de crianças e jovens, com idade de 12 a 18 anos. Atualmente, a instituição tem mais de 120 crianças inscritas no Programa Bombeiros Mirins, que são divididos em cinco partes, que varia no grau de aprendizado de conhecimentos das áreas bomberis.


Dados:


Em janeiro de 2007, foram registrados 879 chamados - entre incêndios, extraordinários e pré-hospitalar, média de 27 atendimentos ao dia . No mesmo mês em 2008, o número de chamados aumentou cerca de 3,5%, registrando 910 ocorrências, média de 29 ocorrências diárias.


A Corporação é comandada pelo comandante operacional Heitor Ribeiro Filho, e possuí uma frota de 45 veículos, sendo que cinco são ambulâncias e estão destinadas ao atendimento de primeiros socorros básicos à população, e dez unidades (uma central, uma operacional e oito posto em bairros).


Na sua sede central, existe o Museu Nacional do Bombeiro. No salão estão documentados toda a origem do Corpo de Bombeiro Voluntário de Joinville, que teve sua fundação no dia 13 de julho de 1892, e atualmente, é a capital catarinense da categoria.


Disque emergência 193: Como usar?


As dicas do Corpo de Bombeiro em casos de emergências é sempre manter a calma, assim, você terá o controle da situação, e poderá observar o que realmente está acontecendo. Após isso, telefone para o número 193 e informe:



  • Seu nome, idade e telefone;

  • O que aconteceu?

  • Em caso de acidente informe o número de vítimas, veículos e se eles oferecem algum risco (incêndio, explosão, trasnporte de produtos perigosos, etc), ou em incêndio, em que tipo de estabelecimento? Se há informação de vítimas e etc;

  • Local, com um ponto de referência;

  • Aguarde no local, mas em uma área segura, e sempre atente a segurança dos demais;

  • E siga as orientações passadas pelo atendente dos bombeiros;

terça-feira, 25 de março de 2008

Dominó sem apostas, torneios e compromissos

As pedras em sorteio: qual irá para quem?


Por Sidney Azevedo

O jogo de dominó parte da informalidade nas mesas da praça Nereu Ramos. “O jogo aqui não tem muita regra”, diz José de Sousa, aposentado de 69 anos. Um traz o dominó e convida os que estão próximos para a partida, formam duplas e logo deitam as pedras de marfim na mesa de mármore. José só observa o divertimento. Ouve Aderbal Amado da Silva Filho, aposentado de 61: “com seis senas na mão não se pode perder!”.
José mora no Comasa e vem à praça de duas a três vezes na semana. Nasceu em Jaraguá do Sul e se diz descendente de ingleses. “O cartão do idoso é uma benção”, ri. Ele discute a tática do jogo com Aderbal, que mora no América e joga na praça há dois meses e meio. Este tem casa em Itapema, onde também joga. “Seis doble eu já peguei!”, comenta.
Na mesa estavam Daniel Santos, 63, Jorge, 67, Salvinho, de 55, e um senhor de 43 que pediu para não ser identificado com medo de que a mulher descobrisse onde ele estava. O único inconveniente é a chuva, da qual fogem para o ponto de táxi ou para o palco. Salvinho tinha um guarda-chuva. “Sabes como é Joinville...”, riu.
Todos católicos, uns relaxados, outros que rezam em casa. José disse: “a igreja sou eu mesmo, a fé que eu tenho, que não preciso ir na igreja pra manter”. Sobre política, discutiram se o jogo poderia ser impedido. “O jogo é um divertimento público, até a polícia nos vê bem”, disse Jorge.
Robson Hass, de 28 anos, acompanhou as seis partidas que aconteceram durante a entrevista. José comentou em tom de brincadeira: “eu e esse alemão aí somos até campeões brasileiros”. Robson, que é gerente de estacionamento e mora no Itaum, vai à praça quase todo dia. “Só agora começam a aparecer jovens para jogar”. Ele trouxe um conjunto de peças. Começou a jogar com os aposentados quando foi abordado na calçada, num momento em que apenas três estavam à mesa. Ele joga há seis meses.
José saiu. Disse ser tarde. Logo saiu também Daniel com suas peças. Robson pôs as dele na mesa. “Aqui é tudo na amizade, para tirar o estresse, sem apostas e torneios e compromissos”, conclui Aderbal, antes de ir para mesa com Robson.
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2ª fotografia: Jogador aguarda sua vez.
Fotografias de Valmir Fernando.

Contação para ler

Por Patricia de Melo



Com o objetivo de despertar o desejo pela leitura e compartilhar o seu benefício cresce em Joinville o número de especializados em contação de histórias.

A exigência do público aumentou, observam os contadores. Não basta apenas narrar. É preciso suscitar no espectador o interesse pela obra que originou a apresentação. Para tanto existem por todo o país cursos, pós-graduações e oficinas de contação. Cléber Bara, mestre em educação e pós-graduado em contação, voltou há pouco tempo do Irã, um dos inúmeros países que visitou contando histórias. Em Joinville, o projeto Literatura com Sabor, existente desde o ano passado e patrocinado pelo Bom Jesus, busca resgatar o gosto pelos livros. Os textos para as apresentações são retirados da biblioteca da instituição e teatralizados. Além deste existem outros dois projetos em execução, o Poesia ao Pé da Lua, da companhia Teatral Dionisos, especializado em poemas. E a turma do curso de formação de contadores do Sesc,

Samuel Kugn, 26 anos, mestrando em teatro e um dos integrantes da dupla que compõe o Literatura com Sabor, diz ser preciso deixar a história com aspecto natural, por isso a necessidade de quatro ensaios por semana. O truque, segundo ele, é primeiramente estudar o autor para poder entender sua intenção, depois interromper a contação no ápice da história, frustrando o espectador, pois isto fará com que ele leia o livro.

O Literatura com Sabor está em busca de mais um integrante, porém a ausência de recursos financeiros tem dificultado a nova contratação. O requisito básico é a vontade. O desejo intenso de participar do projeto fará com que sejam bem-vindos candidatos sem experiência na área. Estão previstas para a dupla apresentações durante toda a semana da Feira do Livro que acontecerá de 4 a 13 de abril. Para este evento o projeto contará também com o apoio do Sesc e da livraria Midas.

Sessões da Câmara de vereadores não resolvem nada.



Fotos e texto Janine Bastos /Rodrigo Silveira

"Essa sessão é um palanque. Os vereadores e representantes da sociedade têm a voz, mas nada é feito", lamenta o vereador Adilson Mariano. 38 anos, do PT, criticando a sessão itinerante da câmara de vereadores realizada no bairro Jarivatuba nessa terça-feira. No ano eleitoral a iniciativa passa a ter destaque: estavam presentes 12 vereadores e o deputado estadual Darci de Mattos (DEM).
A reunião foi aberta às 19h pela vereadora Dalila Leal. 59 anos, do PSL, e pela secretária Carmelina Barjona. 56 anos. do PP. A Comunidade fez reivindicações e apelos nas áreas de: segurança, educação, saúde e infra-estrutura.
O presidente do Conselho Local de Saúde Nelson de Souza, alegou que o posto que atende a região precisa ser ampliado. "São 30 mil famílias cadastradas. Precisamos da ampliação da sala de prontuários", reclamou. A diretora da escola, Carmem Célia Batista entregou um ofício ao presidente da câmara Fabio Dalonso. 35 anos, do PSDB, solicitando policiamento na entrada e saída das aulas para a segurança dos alunos. "Ocorrem muitas brigas, principalmente a noite", justificou.
Sérgio Luiz Vicente, representando os moradores da Rua Jarivatuba, (Chaminé) pediu o asfaltamento da via. "Estamos insatisfeitos com a lama e o pó não são asfaltadas 73% das ruas na região", destacou. Precisamos garantir a seguranças dos alunos e dos professores" alegou a diretora.
Ademir Machado. secretário da regional disse que a secretaria atende os bairros Jarivatuba, Adhemar Garcia, Fátima e João Costa então pediu a compreensão de todos, lembrando que estão previstas várias obras de em breve o bairro Jarivatuba vai ganhar uma escola.

Na sessão cada partido foi representado por um vereador. não ocorreu réplica. "É como se a população acreditasse que tudo que ela solicita nós iremos resolver. Eles não entendem a função do vereador. Asfalto, construção não é papel do poder legislativo", argumenta o vereador Sargento Eduardo. 39 anos (DEM). Carmelina Barjona. 56 anos (PP) disse que, "Precisamos de mais segurança no trânsito e devem ser treinados alunos-guias", solicitando para a diretora presente.
O auditório da Escola Municipal João de Oliveira do bairro Jarivatuba estava lotado. Com cerca de 80 moradores, pois o bairro não dispõe de um espaço para a Associação de moradores. O objetivo da sessão é ouvir a comunidade. "Vocês não podem esperar que a câmara vá até vocês. Mas também devem ir a nossa casa para cobrar seus direitos". comenta a vereadora Tânia Eberhardt. 56 anos. do PMDB. As sessões tem duração de uma hora podendo ser prolongada conforme os pedidos da comunidade. A próxima sessão itinerante será realizada no bairro Itaum no dia 29 de abril.


"Estamos aqui nessa Sessão Itinerante para cobrar nossos direitos”. disse José Roberto Reztelaff. 46 anos. carteiro em Joinvile há 25 anos. Ele exige a construção de uma escola no bairro Adhemar Garcia. Veio acompanhado de sua esposa Rosemir Bastos Reztelaff, 44 anos. dona de casa e seu filho Jose Roberto Reztelaff Junior, 11 anos. Foi a primeira vez que participaram de uma sessão itinerante. “Gostariamos de ver os políticos agindo em nosso bairro e não somente falando. Viemos com nossa faixa e protesto na esperança que nossas reclamações sejam atendidas” afirma.
Primeira Foto: Comunidade na Sessão Itinerante e faixas de protesto.
Segunda Foto: Vereador Adilson Mariano do PT
Terceira Foto: O morador do bairro Adhemar Garcia José Roberto Reztelaff e sua esposa Rosemir Bastos Reztelaff

Alunos de escola pública são levados a assistir o Sarau Itinerante da Biblioteca Municipal

Apresentação termina com dança

Por Ariane Souza Pereira


O Sarau Itinerante, realizado nesta última terça-feira (25) pela Biblioteca Municipal de Joinville no hotel Le Canard, não empolgou os alunos da Escola Municipal Saul Santana. A maior parte desse público não tem o costume de visitar a Biblioteca, e a iniciativa de freqüentar o evento parte das escolas, que fretam uma kombi ou um ônibus para transportar os estudantes ao local.

Foi a primeira vez que Paula Mayquelli da Silva assistiu a um sarau. Ela é estudante do Saul Santana, e diz que não vai à biblioteca porque nunca pensou em ir. “É interessante”, apenas respondeu, quando questionada se estava gostando das apresentações.

Reginaldo Jorge, diretor da biblioteca, diz que a audiência dos saraus é variada, contrariando a presença dos cerca de 50 alunos presentes, maioria no salão de reuniões do Le Canard. A divulgação é feita pela assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Joinville, mas segundo Reginaldo, o evento não é amplamente divulgado porque “é muito caro”.

Bibliotecária há 20 anos, Marlene Thiesen diz que a divulgação é feita principalmente através de cartazes na própria Biblioteca Municipal. Ela afirma que as crianças pequenas ficam mais interessadas nas apresentações, que os adolescentes não dão muito valor. “E as pessoas não estão afim de sair do trabalho pra assistir”, conta, justificando o público jovem.

Foto: Pedro Guerra

Cantina Saudável




Por Zelir da Costa


A cantina do bom Jesus Ielusc conta com a possibilidade de ser implantado um projeto que a nutricionista e coordenadora do curso de nutrição Márcia Schneider, que, junto a dona do estabelecimento Maria Nascimento Morais, quer desenvolver. Segundo a proprietária, a professora responsável pelo projeto, ainda não discutiu com ela sobre o assunto, mas relata estar curiosa para saber o que é. Maria tem 47 anos e é proprietária da cantina há mais de 7 anos. Ela diz preocupar-se com a qualidade da comida vendida na instituição. Atualmente ela conta com 3 funcionários. Eles dividem os horários em dois turnos, começando ás sete horas da manhã até ás 22 horas.

A preocupação com a qualidade dos alimentos, segundo Maria, começa com o uso da touca, do avental e das mãos bem lavadas na hora do preparo do alimento. A empressária contou com orientações do serviço de Vigilância Sanitária para poder trabalhar. A preocupação é tanta que, na maioria das vezes, ela mesmo prepara os alimentos para ficar mais tranqüila, relata..

O cardápio conta com a criatividade da proprietária e sugestões do público. As estações do ano são fatores importantes na decisão do cardápio. No inverno ela relata procurar fazer comidas mais calóricas, como chocolate quente, sopas e cachorro quente. No verão costuma fazer saladas de frutas e sanduíches naturais. Para as outras estações sempre tem pastel assado e frito, bananada, pão de batata e de queijo, esfirras, misto quente e frio, rolinho de pizza e outros tipos de lanche. Os campeões de vendas são o pão de queijo e o croissant. Para beber, costuma ter refrigerantes, mas também suco natural e de caixinha, afirma a proprietária.

Maria Aparecida também se preocupa com o espaço físico, mas no momento ela diz não dispor de recursos financeiros para melhorar o ambiente. Por essa razão, segundo ela, superara na qualidade dos alimentos. “Não há muitas reclamações sobre o lanche. Algumas vezes reclamam do preço”, ressalta.

A aluna do curso de jornalismo Susana Pedroso, está satisfeita com a alimentação oferecida na cantina. Ela diz que tem várias opções de alimentos saudáveis. “Só acho o preço muito alto e o espaço pequeno para tanta gente na hora do intervalo”afirma. A opinião de Susana foi compartilhada por Roelton Maciel, estudante de jornalismo do sétimo período: “o preço é alto mas a qualidade é boa”, declara.

Apesar de não receber orientação de um nutricionista, Maria diz que seus alimentos são saudáveis. “Eu mesma compro os ingredientes e procuro fazer um alimento saudável e reforçado. Trabalho, na maioria das vezes, com alunos que saem direto do trabalho e comem aqui. Por isso, minha preocupação com um alimento bem nutritivo e caprichado”afirma.

(Na foto, cantina Ielusc. Crédito: Jeferson Luiz)

Sacolas permanentes ganham adesão do empresariado

Por Ingrid dos Santos Passos






Uma iniciativa criada para conscientizar e reeducar a sociedade sobre o impacto que os resíduos plásticos causam ao meio ambiente tem conquistado a adesão do empresariado. É o projeto Sacola Ecológica Permanente, uma parceira firmada entre Sociedade Educacional Santo AnAmostras das sacolas permanentes na farmácia Sesi. Foto: Karoline Meiertonio com a AMABI (Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Iririú). A proposta, criada em 2004, visa desestimular o uso de sacolas plásticas e incentivar a circulação de sacolas recicláveis.

O projeto foi adotado pela ABIP – Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria, e em Joinville as panificadoras Semente da Terra, Viana e Princesa foram as precursoras, com redução de até 35% do uso de sacolas plásticas. Para incentivar os clientes a adotarem a nova medida, há descontos no pão e no leite.

A rede de farmácias Sesi também é adepta da proposta ecológica. Todas as lojas da cidade oferecem as sacolas aos consumidores. Feitas em tecido e disponíveis em três tamanhos e modelos, custam R$ 4, R$ 5 e R$ 7. Segundo o farmacêutico Leandro Caspers, há bastante procura e a própria farmácia incentiva e oferece a opção. Além das sacolas de tecido, a rede utiliza sacolas plásticas oxi-degradáveis. Estas se desintegram num período de 6 a 18 meses, enquanto a sacola de plástico comum demora até 400 anos para se decompor. Essa diferença ocorre pela presença de um aditivo químico que quebra as moléculas do plástico e acelera a decomposição do material com a ação do sol, do vento e de outros fatores naturais.

O estilo ecológico consciente ganha força e são poucas as lojas de shopping que mantêm sacolinhas de plástico comum. A opção mais utilizada é a de embalagens feitas de papel reciclado, como as encontradas nas lojas Terral Surf Shop e Yacamim, do shopping Cidade das Flores. A vendedora Thamis Nayara Godoy explica que os donos da loja optaram por esse modelo por se degradar mais rapidamente na natureza e não ser necessário o corte de novas árvores para a produção.

A estudante de Engenharia Ambiental e pesquisadora Delne Domingos explica que a nova tecnologia das sacolas oxi-degradáveis gerou discussão entre os pesquisadores da área porque não se sabe bem ao certo o que realmente ocorre com essas sacolas quando em contato com o solo. A biodegradação ocorre quando os microrganismos presentes, por exemplo, no solo, utilizam um determinado material (nesse caso as sacolas plásticas) como fonte de alimento e energia, liberando apenas CO2 e água para o ambiente (mineralização), sem gerar impacto posterior. Porém, quando se trata de oxi-degradação, fala-se de outros tipos de reações.

A oxi-degradação faz com que as sacolas se fragmentem em pedaços muito pequenos (como um farelo), porém ainda não se sabe se o farelo é mineralizado ou se apenas está mudando sua forma, o que não resolveria o problema ambiental. Segundo Delne, o processo talvez melhorasse o problema dos aterros sanitários, pois a presença de material plástico e outros produtos inorgânicos nos aterros dificulta a circulação dos gases e líquidos gerados pela decomposição da matéria orgânica e diminui a vida útil de muitos aterros. Porém, a pesquisadora afirma que “na confecção desses materiais plásticos oxi-degradáveis utiliza-se aditivos que contêm metais pesados, os quais são muito perigosos para a saúde humana, pois são substâncias acumulativas e causam diversos tipos de doenças”.

Estacionamento pode levar cursos para o Saguaçu

Foto: Daniela Canto

Por Débora Kellner



A direção do Bom Jesus/Ielusc estuda alternativas para amenizar os transtornos provocados pela escassez de vagas no estacionamento da faculdade na unidade centro. O vigilante Neri Pereira, na instituição há 18 anos, afirma que existe um planejamento para alguns cursos serem transferidos para a Unidade Saguaçu. “Não tem como aumentarmos o estacionamento aqui. A demanda de carros sempre cresce, então as possibilidades são de alguns cursos irem para a outra unidade ou tornarmos o estacionamento pago. Logo uma dessas alternativas será colocada em prática”.

O estacionamento da instituição é dividido entre os alunos da faculdade e os luteranos da Igreja da Paz desde 2005. A Igreja cede uma parte da área para a faculdade. Apesar de os fiéis só poderem estacionar do lado esquerdo do pátio, nos dias de culto o estacionamento vira um caos e antes das 19h os alunos e professores já encontram a placa: “Estacionamento Lotado”. Isso pode ocorrer porque alguns luteranos estacionam nas vagas destinadas aos estudantes.

Norma Dumke freqüenta o culto toda semana e afirma que sempre há vagas disponíveis para os luteranos. “O vigilante sempre nos indica onde estacionar, tem algumas placas também, e sempre que eu estive aqui nunca precisei deixar meu carro fora do pátio”.

Como a quantidade de alunos que vêm para as aulas de carro é muito grande, o estacionamento fica lotado quase todos os dias e os estudantes, revoltados. A aluna Jacqueline Vasconcellos, do curso de Jornalismo, gostaria que a direção da Igreja fosse mais flexível. “ Nos dias que não há culto eles poderiam facilitar para os alunos. Às vezes o nosso lado do estacionamento está cheio e o deles, vazio, principalmente nos dias de chuva”.

Atualmente Joinville tem 232.100 veículos, um carro para cada 2,09 habitantes. Esse número é visto como resultado do crescimento de 5,4% no PIB em 2007 e das facilidades para a compra de automóveis.

Festa dos calouros é adiada novamente

Pedro, o organizador, diz não ter tido muito tempo nos últimos dias. Foto: Gisele Pimpão

Por Ronaldo Santos



A festa dos calouros de Jornalismo foi adiada pela quarta vez. A nova data foi confirmada para 5 de abril, informou o organizador, Pedro Guerra, estudante do 4º período. Ela será no Grenil, localizado na rua dos Portugueses, no distrito industrial, a partir das 13h. O preço ficou estabelecido em R$ 10,00 para veteranos e R$ 15,00 para calouros e acompanhantes.

Inicialmente, a festa seria no dia 8 de março, mas um problema de comunicação com os responsáveis pelo local do evento fez com que a data fosse adiada para o dia 15. Na semana que antecedia a confraternização, Guerra não teve tempo para providenciar itens como bebidas, alimentação e música, por isso o novo adiamento para o dia 22 de março. Anunciada a nova data, o organizador começou a receber reclamações, porque o dia escolhido era véspera de Páscoa. Depois disso, o veterano decidiu mudar para o dia 29. Entretanto, não havia ainda local. Hoje, Pedro recebeu a confirmação do Grenil liberando o sábado da semana que vem para a realização do evento.

Não haverá DJ na festa; o próprio organizador comandará a música — funk, eletrônico e pagode. Já foram comprados dez engradados de cerveja. Além disso, terá também vodka, vinho e refrigerante. Embora não seja comum neste tipo de confraternização, os freqüentadores terão churrasco, lingüiça, pão e farofa para comer.


A festa dos calouros é tradição na instituição. Todos os anos, os veteranos, com o dinheiro arrecado pelos calouros no trote, promovem uma comemoração de boas vindas. A nova turma está entusiasmada com a festa, que se chamará “Pra quê viestes ao curso?”. O nome tem relação com a caloura Jéssica Michels, de 17 anos, que chamou bastante atenção neste início de ano, principalmente na comunidade dos alunos na rede Orkut. “Sempre gostei de ser o centro das atenções”, admitiu Michels, que espera não ser forçada a beber no dia. Já o calouro Guilherme Piazza, 17 anos, acredita que será um bom momento para o entrosamento entre os velhos e novos estudantes.

O mundo visto por uma latinha


Por Ariele Cardoso


Com cinco painéis 1m X 2m e cinco 0,5m X 1m, a exposição “Real e de Viés”, do fotógrafo e artista plástico Alvaro de Azevedo Diaz, 43 anos, interpreta a vida real em imagens distorcidas. A câmera utilizada para a obtenção das fotos foi uma latinha de café solúvel com um orifício feito por uma agulha. Conhecida como pinhole (buraco de agulha), a câmera fornece uma visão distorcida (pelo seu formato) e ao mesmo tempo natural (pelo fato de não usar lente).

O resultado das imagens não foi acaso. Álvaro fotografou em torno de 30 paisagens e, em consenso com a curadora da exposição, optou por 10 imagens que traduziriam o mundo real enviesado, como na música de Caetano Veloso. O alvo da “lente” de Diaz foge ao trivial: grampos de roupa, melancias, guarda-sóis e mesmo uma bicicleta.“Um mundo de efeito promete surpreender-nos”, afirma a curadora da exposição, Fabiana Wielewicki.

Nas imagens, sem interferência de tecnologia, ainda é possível ver resquícios de fitas adesivas utilizadas para prender o negativo ao fundo da lata, a marca do filme utilizado, excessos e falta de luz. “O que vai encantar é o trabalho pronto, a foto grande. Acho que traduz um momento feliz da minha vida, talvez por isso seja encantador”, avalia o artista.

A curadora Fabiana tem 31 anos e trabalha com fotografia desde 1999. A artista plástica destacou a importância de imagens grandes para provocar maior apelo visual: “O tamanho tem várias funções, mas a principal delas é levar o público a prestar atenção nos detalhes, na promiscuidade exibida”. Para analisar as imagens, Fabiana sugere: “Todas as questões úteis para a análise da imagem estão na superfície da foto. A disfunção do orifício da pinhole tem o apelo de que olhemos mais, de que pensemos mais. A latinha distorce as informações que seriam óbvias e nos pede mais atenção.”

O trabalho de captação das imagens durou cerca de três meses e Álvaro garante que está longe de um fim: “O importante é começar o trabalho, tem que pensar, tem que executar e tem que fechar o processo. Eu continuo fotografando, mas sabia que estava na hora de entregar as imagens”.
Até 2012, a mostra será exibida em quatro cidades por ano. Em 2008, ainda será possível ver as fotos em Itajaí, Concórdia e Chapecó.

A exposição fica até o dia 25 de abril no anexo II do Museu de Arte de Joinville, na Cidadela Cultural Antarctica, na Rua XV de Novembro, 1383, Bairro América. Há ainda a possibilidade de agendar visitas monitoradas, pelo telefone (47) 3433-4677. O Museu recebe espectadores de terça a sexta, das 9h às 17h, nos sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h.

Fotógrafo já produziu documentários

Álvaro de Azevedo Diaz é formado em Direito e mestre em Mídia e Conhecimento pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Já trabalhou como fotojornalista freelancer, produziu documentários e esporadicamente faz fotografias comerciais. Já fez exposições individuais e coletivas, além de participar de mostras em salões e galerias no Brasil e no exterior. Desde 2004 é professor do curso de Comunicação Social, no Bom Jesus/Ielusc. Atualmente dá aula para quatro turmas.

(Na foto, o professor Álvaro Diaz. Crédito: Ariele Cardoso)