terça-feira, 17 de junho de 2008

“O presente Tchekhoviano”

Por Ana Paula Moraes


Cena 5 trás “Tchekhovianas”, uma deliciosa adaptação que mostra o cotidiano e o existencialismo como ingredientes para um espetáculo que promove, reflexão e muito riso. O grupo sala 29 do segundo ano do curso de teatro da Casa da Cultura reproduziu três contos do dramaturgo russo Anton Tchekhov. “A afogada”, “A professora” e o “Presente”, provocaram comoção e gargalhadas na plateia.No galpão de teatro da Ajote o público era recebido pelo som da banda Fairans numa manifestação musical com a abertura do palco para demais artistas locais e amadores, como era feito em todas as noites de apresentações, o clima era de alegria entre os participantes do Festival de teatro de Joinville Cena 5, já que o público em sua maioria era formado por pessoas do meio teatral.

Diante de um auditório lotado o grupo sala 29 apresenta “Tchekhovianas”, o primeiro conto a ser dramatizado foi “A Afogada”, que trazia a história de um homem abordado e convidado a pagar para assistir um afogamento. Já o segundo conto apresentado foi “A Professora”, onde uma professora de matemática tenta enganar em suas contas a moça pobre ingênua que trabalha para ela com o objetivo de ensinar-lhe a se defender melhor. Já o terceiro e último conto abordado foi “O presente”, uma história divertida, com um diálogo muito engraçado onde o pai resolve dar de presente ao filho, uma noite em um bordel, com o intuito de “torná-lo homem”.


A diretora do espetáculo Juciara do Nascimento explica que a peça trás situações corriqueiras vistas por um olhar mais cômico e irônico. A dramaturga conta que a peça que estreou em novembro já rodou escolas municipais de Joinville e hoje no Festival faz sua última apresentação , um presente para quem aplaudiu entusiasmado o final do espetáculo como o Usineiro Paulo Roberto Costa, 42 anos, “ Hoje foi muito bom, precisava ter umas três dessa menina”, referindo-se a Daniela Martins, atriz do espetáculo.”Aqui em Joinville o teatro deveria ser tratado de maneira mais simples, mais popular, além da má divulgação, acabam frequentando esse tipo de ambiente somente aqueles já são interados sobre o meio, somos uma cidade industrial, de um povo operário, é preciso democratizar o negócio”, desabafa. Para Daniela, atuar no Cena 5 foi um presente, afinal o sala 29 foi o único grupo de alunos convidados para se apresentar no festival, o cena 5 vai até o dia 18 de junho com apresentações no teatro Juarez Machado, no galpão da Ajote e nas praças da cidade.

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