terça-feira, 17 de junho de 2008

Joinville cancela mais um vôo por falta de passageiros

Aeroporto de Joinville não acompanha o crescimento nacional

Por Janine Bastos

No dia 27 de maio a maior cidade do estado cancela mais um vôo da companhia TAM, a rota da aeronave JJ3042 saia de Joinville ás 17h45min com Destino a Guarulhos. “Nossa supervisão remanejou a malha aérea e resolveu transferir o vôo de Joinville para o nordeste, onde a demanda é maior”, alega Alex Klaus 27 anos, despachante de vôo, insatisfeito. Os cancelamentos das aeronaves causam instabilidades para os profissionais que temem perder seus empregos. “Joinville cada vez mais fica sem movimento, as pessoas preferem embarcar por Curitiba, isso preocupa”, lamenta Cinthia Borba 22 anos agente de aeroporto da GOL.
Quem precisa utilizar o Aeroporto Lauro Carneiro De Loyola se depara com a falta de opções de horários e destinos. As dificuldades parecem refletir no crescimento do transporte aéreo do município. Dados da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) mostram que número de embarques na cidade cresceu 2,55% entre os quatro primeiros meses de dois mil e oito. Os desembarques aumentaram só 1,2%. Os números estão bem abaixo do crescimento nacional, que foi de 9,6% , segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Há sete anos atrás, Joinville obtinha 28 vôos com as companhias: Varig, Ocean Hair, Rio Sul e Transbrasil. Em 2004, a empresa aérea GOL Linhas Aéreas Inteligentes entra na disputa de mercado e se instala na cidade. “Quando a GOL começou a operar em Joinville houve um choque, pois suas tarifas obrigaram as empresas baixarem seus preços. Chegando ao ponto de fecharem”, comenta David Zismann, 27 anos, que trabalhou na Varig e hoje é agente líder da GOL.
Com 487.003 habitantes, o município é considerado o mais populoso de Santa Catarina, segundo o IBGE. A cidade hoje conta com 2 vôos da GOL e 3 da TAM todos com destinos para São Paulo. As outras empresas aéreas encerraram suas funções pelo fraco movimento. A última companhia a se retirar da cidade foi a Varig em outubro de 2007.
O empresário Nelson Hertesen, 49 anos, ao ser questionado por solicitar passagens com saída de Curitiba ao invés de Joinville, suspira “O aeroporto de Joinville não tem estrutura. Faltam aparelhos que facilitam a visualização das aeronaves mesmo com fortes neblinas. Curitiba dispõem de várias companhias e horários”. Claudia Delmonte Moritz, 33 anos, gerente da Gol, argumenta que com mais um cancelamento de vôo a situação é preocupante, já que o povo Joinvilense se acostuma a viajar por Curitiba e acaba não procurando Joinville.
“Nosso aeroporto foi esquecido promessas e mais promessas nada mais do que isso. Temos uma só sala de embarque que não comporta mais que 100 passageiros, sendo que uma aeronave tem capacidade de 144 á 186 lugares”, disse Marcelo Guerreiro, 35 anos, fiscal da Infraero. Aline Kiswoskr, 45 anos, gerente da Olympia Tur, descreve que as agências de turismo atendem diariamente empresários e são comuns reclamações e insatisfações dos horários disponíveis da cidade.
A Gol informou que, por enquanto não pretende modificar os horários e os destinos dos vôos. A empresa realiza estudos, mas as mudanças devem ser a longo prazo. A TAM argumenta que as mudanças para esse ano já foram feitas com o cancelamento de um vôo.

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