terça-feira, 10 de junho de 2008

Abaixo os altos salários

Estudantes protestam contra salário de vereadores em Joinville

por Sérgio Luiz Lourenço

Um protesto em frente à Câmara de Vereadores de Joinville nesta terça-feira, 10 de junho, reuniu aproximadamente 150 pessoas – destes, 63 estudantes – que se manifestaram contra o aumento do salário dos parlamentares. Aprovado em duas votações e válido para a próxima legislatura, se sancionado pelo prefeito, o salário de quem for eleito em 3 de outubro será R$ 8,7 mil mensais por 3 dias de trabalho semanal.
A manifestação que iniciou fora da Câmara continuou no plenário da casa. Dessa vez, o “Batman” não apareceu e alunos que pretendiam usar máscaras do super-herói dos quadrinhos, foram impedidos pela segurança. A sessão chegou a ser interrompida por cinco minutos.
Ao término da reunião, depois de muita insistência, o presidente do legislativo, Fábio Dalonso, concedeu 3 minutos para que fosse lido um documento dos manifestantes questionando o reajuste. A leitura foi autorizada pelo departamento jurídico da Câmara. Nele, os estudantes demonstram indignação e destacam que o mais justo seria um aumento de 6%, o mesmo que receberam os servidores públicos municipais. “Vamos fazer outra protesto amanhã”, disse o jovem Felipe Silveira, um dos organizadores do movimento estudantil.

Para Dalonso, manifestantes aumentariam os próprios salários, se pudessem

Visivelmente nervoso, o presidente da Câmara, Fábio Dalonso, disse em seu gabinete que aumentar os salários não é legislar em causa própria, como acusam os manifestantes. “Vale somente para a próxima legislatura”, afirmou. Ele explicou que no mesmo período os demais servidores tiveram aumento de 11%. Somando a uma estimativa de 6% a cada um dos 4 anos, resulta em 35%, que foi o aumento aprovado.
Para entrar em vigor, o projeto de lei depende agora da sanção do prefeito Marco Tebaldi, que tem 60 dias para se manifestar sobre a matéria. Dalonso disse que o chefe do executivo sempre respeitou a “soberania” da Cãmara, e que ele (o prefeito), não vai rejeitar o projeto. Sobre a imoralidade do aumento, Dalonso declarou: “E se eles [os manifestantes] pudessem aumentar os seus salários?”.

4 comentários:

Dr.Gonzo disse...

A matéria ficou muito boa, parabéns. Mas mesmo assim há dois pontos que devem ser corrigidos:

1- O salário passará a ser R$ 8.700,00 e não R$ 7.800, como foi escrito. Acredito ter sido apenas um erro de digitação.
2- Felipe Silveira é integrante do CALHEV, e organizador, assim como todos os que estavam presentes, e não um coordenador.

Bem, como disse anteriormente, muito boa o artigo.

Eduardo Bez

Felps disse...

Há uma confusão de Felipes aí e eu, sendo um deles, me prontifico a esclarecer.

Há o Felipe Silveira (eu) e o Felipe Rodrigues (do CALHEV - Centro Acadêmico Livre de História).

O Rodrigues leu a carta na sessão, eu dei a declaração. Concordo que a posição de coordenador não é a mais apropriada. Organizador tá valendo. Integrante é ótimo.

O SINO disse...

Comentários aceitos e feitas as mudanças. Valeu..

Douglas Neander disse...

A minha maior preocupação é da movimentação sair das mãos dos estudantes, e tenho visto alguns elementos tomando a dianteira, o que me assusta. O movimento tem que ser autônomo e encabeçado pelos estudantes e pela sociedade, não por nenhum partido ou instituição.